Rio de Janeiro, 24 dez (EFE).- A presidente Dilma Rousseff disse à imprensa nesta terça-feira após sobrevoar as áreas mais afetadas pelas chuvas dos últimos dias que deixaram 30 mortos e cerca de 49 mil desalojados no país que a prioridade do governo é resgatar com vida as pessoas isoladas pelas inundações.
Dilma ficou visivelmente comovida após sobrevoar por 40 minutos algumas das áreas inundadas no Espírito Santo, estado em que 45 dos 78 municípios já declararam estado de emergência ou de calamidade pública.
"Já vi em outros estados situações inventadas de inundações, mas aqui vi uma quantidade de água absurda, impressionante", afirmou a presidente ao se referir às áreas inundadas que sobrevoou.
Segundo o último boletim da Defesa Civil do Espírito Santo, desde o começo das chuvas há pouco mais de uma semana foram registradas 14 mortes, 48 feridos e cerca de 49 mil desabrigados.
Em Minas Gerais o número de vítimas chegou a 16 e o de desalojados a 700.
"A tragédia das chuvas no Espírito Santo destruiu casas, estradas e sonhos. Vamos tentar reconstruir os três", afirmou em sua conta no Twitter, depois de se reunir na região afetada com os responsáveis pelos trabalhos de resgate.
Dilma garantiu que a prioridade do governo federal é resgatar as centenas de famílias que ficaram isoladas em municípios afetados pelas inundações e por cheias de rios, assim como oferecer abrigo as famílias que perderam sua casa.
Ela destacou o envio à região de soldados do Exército e de agentes da Força Nacional de Segurança que, com helicópteros e caminhões, ajudaram as equipes de resgate nas tarefas de localização e remoção de pessoas isoladas.
"vamos reconstruir as cidades e os municípios alagados - reconstruir estradas, hospitais, escolas, moradias", acrescentou ao relatar os danos provocados pela queda, em poucos dias, do dobro da chuva esperada para todo o mês de dezembro no Espírito Santo.
"Vamos, ainda, realizar as obras estruturantes de prevenção necessárias: barragens, proteção de encostas, drenagem urbana", acrescentou no Twitter.
Dilma disse ter iniciado uma complexa ação interministerial que começou com os alertas do Centro Nacional de Vigilância de Desastres Naturais e o envio dos militares, assim como de uma Força Nacional do Ministério da Saúde para tratar desabrigados e prevenir doenças.
Além da mobilização das Forças Armadas e de equipes dos ministérios de Saúde, Desenvolvimento Social e Integração Nacional (infraestrutura), a presidente também anunciou o envio de remédios e utensílios para atender os desabrigados.
Entre o material já enviado se destacam nove mil equipes para atendimento de desabrigados. Foram enviados 20 mil frascos com químicos para a purificação de água e várias toneladas de alimentos.
Uma equipe de engenheiros do Ministério da Defesa também foi deslocada ao Espírito Santo para analisar a necessidade de construir pontes provisórias nas regiões mais atingidas que ficaram isoladas.
As medidas foram anunciadas após a reunião, de pouco mais de uma hora, que Dilma teve em Vitória com o governador do Espírito Santo, Renato Casagrande; o ministro da Defesa, Celso Amorim, e comandantes da Defesa Civil e dos Bombeiros para coordenar os trabalhos de resgate.
Também participaram do encontro os ministros de Integração Nacional, Francisco Teixeira, da Saúde, Alexandre Padilha; e o comandante do exército, general Enzo Peri.
"A região enfrenta o maior desastre climático em vários anos. O momento é triste porque há sofrimento pela perda de vidas e pelas dificuldades de quase 50 mil famílias que tiveram que sair de suas casas às vésperas de Natal", disse Casagrande.
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