O governo venezuelano prendeu mais de 100 empresários em uma operação contra a suposta manipulação de preços em centenas de lojas e empresas desde o fim de semana, disse o presidente Nicolas Maduro na quinta-feira. O sucessor de Hugo Chávez revelou ainda que seu governo está preparando uma lei para limitar lucros das empresas venezuelanas a entre 15% e 30%. "Eles são bárbaros, esses parasitas capitalistas. Temos mais de 100 burgueses atrás das grades no momento."
Segundo o governo, empresas elevaram preços de eletroeletrônicos e outros bens em mais de 1 mil por cento. Críticos dizem que as políticas econômicas socialistas fracassadas e o acesso restrito à moeda estrangeira estão por trás da inflação galopante da Venezuela. Desde o fim de semana, soldados e inspetores entraram em 1,4 mil lojas, tomaram as operações de uma empresa de eletrônicos e de uma fabricante de baterias.
"A Goodyear tem que baixar seus preços ainda mais, 15% não é suficiente, os inspetores têm de ir lá imediatamente", disse Maduro em discurso, enviando funcionários para verificar as operações locais da fabricante de pneus norte-americana.
Após quatro dias de violência contra estabelecimentos comerciais, a Assembleia Nacional Venezuela começou na quinta-feira a votar uma lei que pode conferir superpoderes ao presidente Nicolás Maduro. Deputados governistas usam a recente onda de saques contra estabelecimentos comerciais como mais uma justificativa para aprovar a Lei Habilitante - que garante ao presidente o poder de governar por decreto - é o combate à corrupção e à violência.
Com a suspensão de deputada chavista que migrou para a oposição e sua substituição por uma suplente governista, Maduro e seus aliados conseguiram a vitória. Foram 99 votos contra 60, o mínimo exigido. Pelo Twitter, o presidente venezuelano comemorou o resultado:
"Agora com a (Lei) Habilitante ninguém me impede de proteger esse povo". Maduro já antecipou que seus primeiro decretos serão na área econômica, para controlar os preços, os custos e impor limites nos lucros das empresas. O projeto agora vai para uma comissão especial da Assembleia, que devolve o texto para uma segunda votação. Aprovada, vai para sanção da Presidência.
Entre o último sábado e esta terça-feira foram registrados 9 saques e 30 tentativas de pilhar lojas, especialmente de eletrodomésticos, segundo o Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais. O presidente do país, Nicolás Maduro, advertiu que os flagrados em atos de violência serão presos.
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