O livro, escrito por André Pécora não é um estudo acadêmico, nem uma análise sociológica ou histórica. É mais que isso. É um livro para quem tem a Ponte Preta na pele. O que o torna singular, no meio de tantos livros escritos sobre times brasileiros, é que este livro não se furta em celebrar derrotas. É cômodo descrever vitórias, é cômodo ser torcedor de um dos chamados grandes, que empilham suas conquistas de maneira quase monótona. O torcedor da Ponte, como André Pécora, ao contrário, cultiva suas gloriosas derrotas, cuida delas com desvelo, faz questão de recordá-las. Um grande número de páginas, por exemplo, é dedicado a descrever, em um tom épico, os jogos das finais de 1977 contra o Corinthians, quando a Ponte não venceu. Porque as derrotas da Ponte não são quaisquer derrotas. Não se trata de um livro que enaltece um time pequeno, fazendo apologia do humilde e relatando a profissão de fé do perdedor. O torcedor da Ponte não é um daqueles heróis que permanecem fiéis a certos times por motivos inexplicáveis ou para serem originais. O torcedor da Ponte sabe que torce por um time grande, que forjou sua grandeza nas grandes batalhas, mesmo as perdidas. No fim, o que importa mesmo é a batalha. Com o tempo implacável, o resultado das lutas se torna embaralhado e impreciso, quem ganha e quem perde não significa mais nada. Só os heróis ficam, os grandes personagens. Como disse Polozzi: “É claro que queríamos o título e lutamos muito por ele. Mas, depois de tanto tempo, acho que entramos para a história da mesma forma, porque até hoje a final contra o Corinthians é lembrada por todos”. Claro que o livro também fala das grandes vitórias, como contra o Palmeiras, recém-campeão mundial de 1951, ou, mais perto de nós, o incrível derby do dia 28 de outubro de 2002. por Carlos Ferreira
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