A Igreja Mundial do Poder de Deus, do apóstolo Valdemiro Santiago, decidiu entrar na Justiça contra o Grupo Bandeirantes de Televisão, proprietário do Canal 21, por causa da rescisão unilateral de um contrato de compra e venda com a emissora, segundo seus advogados. O Canal 21 transmitia, até a meia-noite de quinta-feira, a programação religiosa da igreja, durante 23 horas ao dia. A Mundial quer R$ 200 milhões de indenização. A igreja de Valdemiro – uma dissidência da Universal do Reino de Deus, do bispo Edir Macedo – pagava R$ 8,5 milhões ao mês ao grupo Band. Mas atrasou pagamentos e a dívida chegou a R$ 21 milhões. A Universal, concorrente direta, entrou no negócio, pagou mais e desbancou o apóstolo Valdemiro. A programação religiosa deveria continuar a ser veiculada até a conclusão de uma auditoria. Quinta-feira, a empresa WS Music, de propriedade de Valdemiro – que oficialmente detém o contrato de compra e venda com a Rede 21 -, notificou a Band, por meio de seus advogados, Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, e Miguel Pereira Neto, sobre a quebra contratual do negócio envolvendo as duas empresas. Há cerca de 10 dias, a emissora havia informado oficialmente a Mundial sobre a “inadimplência” contratual. Kakay, contratado por Valdemiro, é conhecido como “o advogado de todas as causas”. Defende o cantor Roberto Carlos e já atuou em casos polêmicos em favor de famosos como Duda Mendonça (no mensalão), Marconi Perillo, Demóstenes Torres e Carlos Cachoeira. A Band justifica a rescisão do contrato com a inadimplência, mas a WS contesta e aponta “além de vários outros itens contratuais ilegais constatados como, por exemplo, a existência de um terceiro sócio na Rede 21 (TV Cidade)”, a falta “de prestação de contas sobre despesas administrativas”. Os advogados disseram que a rescisão do contrato “deve-se a interesses financeiros e comerciais, envolvendo outra empresa que estaria interessada no canal”. Em nota, a A WS diz que ingressará com medida judicial contra “as condutas arbitrárias” do Grupo Band, “dentre as quais a interrupção abrupta da programação da TV Mundial, bem como cobrará todos os danos experimentados em razão das atitudes praticadas”. A assessoria do grupo Bandeirantes informou que não comenta esse assunto. Procurado, o vice-presidente da Band, Paulo Saad, não foi encontrado. (Fonte: Brasil Econômico)
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