Enquanto passageiros comuns enfrentam filas para embarcar e levantar voo nos principais aeroportos brasileiros, comem lanchinhos básicos servidos pelas companhias aéreas e aguardam pacientemente para pegar as malas despachadas, alguns ministros têm à disposição um cardápio completo e sofisticado quando se deslocam em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). E ainda contam com serviços de apoio integral na hora do embarque e do desembarque. O dinheiro público banca essa conta, que não é barata. Apenas no contrato que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) mantém com uma empresa fornecedora que presta serviços para pelo menos outras 12 pastas, além do Departamento de Polícia Federal, o valor desembolsado ultrapassa R$ 1,4 milhão este ano. No total, a RA Catering recebeu R$ 1,7 milhão do governo em 2013.
Os contratos assinados pelos órgãos federais deixam claro a missão da empresa: prestar serviços de comissária aérea, visando o fornecimento de refeições e lanches para o serviço de alimentação a bordo de aeronaves que conduzirem os ministros e suas comitivas em deslocamentos oficiais. Para isso, oferecem um menu sofisticado, digno de uma bela noite de jantar em solo: caviar, carne de coelho assada, pato, lagosta, camarão, picanha e até rã.
Os valores são salgados e não tiveram chance de ser reduzidos, pois a empresa não passa por licitação quando é contratada pelo Estado. Isso acontece porque, na versão oficial, trata-se de fornecedor exclusivo. A Inframerica, operadora do aeroporto de Brasília, tem uma declaração que informa que a “RA Catering é, atualmente, a única empresa especializada que comercializa e presta serviços de catering (fornecimento de equipamentos específicos ao acondicionamento e transporte de alimentos, além de carga e descarga desses mesmos utensílios) para as companhias que operam neste aeroporto”.
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