Um implante intraocular desenvolvido pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto (HCFMRP), da USP (Universidade de São Paulo), se mostrou eficaz para tratar doenças que podem provocar cegueira e para melhorar a visão dos pacientes.
O anúncio foi feito esta semana pelo centro universitário.
O implante tem aproximadamente o tamanho da ponta de um lápis e é formado pela associação de um componente biodegradável (PLGA) associado a um medicamento, neste caso, a dexametasona.
Implantado dentro do olho, a inovação libera gradativamente o medicamento, o que garante que o fármaco se dissolva no olho durante um período de seis meses sem necessidade do uso diário de colírios ou medicamentos orais.
Fruto de dez anos de pesquisa, a novidade foi testada com sucesso em dez pacientes que participaram do estudo clínico no HCFMRP.
Os resultados mostraram que a inovação atua em doenças vasculares da retina que levam à redução da visão e, em casos mais avançados, à cegueira.
A descoberta
A técnica foi desenvolvida por uma equipe comandada pelo oftalmologista Rubens Siqueira especialmente para tratar uveíte, retinopatia diabética, toxoplasmose ocular, degeneração macular (relacionada à idade), retinite por citomegalovírus e endoftalmite.
O trabalho contou ainda com a participação da Faculdade de Farmácia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Segunda fase
Está previsto para janeiro o início da segunda fase do estudo.
Nesta etapa o implante será testado em 50 pacientes.
O professor Rodrigo Jorge, que também participa da pesquisa, declarou que, uma vez aprovado, o tratamento poderá beneficiar vários pacientes portadores diversas doenças da retina, que afetam principalmente a população mais idosa, entre 50 e 70 anos.
Ainda de acordo com o professor, essas doenças atingem cerca de 30 milhões de pessoas atualmente no Brasil.
A ideia inicial é de que o tratamento seja destinado a doenças da retina, porém o implante poderá futuramente ser utilizado também no tratamento de doenças em outros órgãos e tecidos do corpo.
Preço
O Brasil ainda não possui qualquer tecnologia similar.
Nos Estados Unidos e na Europa, no entanto, um dispositivo semelhante, chamado de OZURDEX, custa cerca de R$ 6,2 mil, mas a venda ainda não foi liberada no Brasil.
O preço da nova tecnologia ainda não foi definido.
Contudo, o professor Rubens Siqueira acredita que a grande vantagem do produto nacional com relação ao estrangeiro será o custo mais baixo e a maior facilidade de implantação no olho, pois foi desenvolvido com um diâmetro menor que o produto importado.
Com informações do UOL.
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