Em 2010, possuía percentuais de pobreza maiores do que os estados que exploram o meio ambiente
Os estados da Amazônia Legal carregam grandes diferenças entre si. Enquanto o Amapá é reconhecido como exemplo de conservação e preservação de florestas intactas, o Mato Grosso é considerado como um dos mais devastadores do país. O contrassenso está na exploração econômica dos recursos naturais de forma sustentável.
O Amapá tem 75% do território preservado em florestas, enquanto o Mato Grosso, juntando reserva legal, unidades de conservação e terras indígenas, têm 64%. Há mais de 2,5 milhões de hectares sob plano de manejo sustentável, que é a força da extração de madeira com a preservação da floresta. Dados do Instituto Brasileiro de Geometria e Estatística (IBGE), em 2010, acusam que o Amapá possuía 12,8% da população em extrema estado de pobreza, enquanto Mato Grosso apenas 5,9%.
Mato Grosso é hoje o maior produtor de soja do país – somente em 2012 foram aproximadamente 21,4 milhões de toneladas. Para ter um parâmetro, há 30 anos o Estado produzia apenas 360 mil. É também o primeiro em algodão, em girassol e em pecuária. É o segundo em arroz e em milho. O PIB do Estado cresceu 89% na primeira década de 2000, 2,5 vezes o do país.
A devastação ocorre muitas vezes devido à invasão de reservas indígenas. Nas operações conjuntas desenvolvidas por fiscais do Ibama, agentes da Polícia Federal e Polícia Militar, são desmontados vários equipamentos de empresas clandestinas em meio da floresta amazônica. Muitas vezes estão derrubando árvores centenárias sem qualquer autorização dos órgãos ambientais.
Durante a Amazontech 2012, voltada para o tema "Ciência, Tecnologia e Inovação", realizada na Cidade do Samba, o secretário de Meio Ambiente de Mato Grosso, Vicente Falcão de Arruda Filho, tentou explicar a disparidade entre ambos os estados. “A diferença básica está estabelecida no cerrado e no pantanal, pois ambos representam a força da produção agropecuária. É grande essa particularidade do Mato Grosso em relação ao Amapá, que tem em conjunto a preservação da floresta e a exploração econômica desses recursos naturais de forma sustentável”.
Jorge Cesar/ A Gazeta
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