A Polícia Civil de São Paulo informou nesta terça-feira que prendeu um caseiro suspeito de matar uma microempresária na última passada, no município de Peruíbe, distante 141 quilômetros da capital. O homem de 39 anos e nascido em Pernambuco, contou que cometeu o crime porque a vítima o chamou de “nordestino” usando um tom preconceituoso, o que o deixou ofendido.
O caseiro foi detido no dia seguinte ao crime, no dia 15 de outubro, na cidade do Rio de Janeiro. Ele foi ao outro Estado para se esconder na casa de parentes, mas lá acabou se entregando à polícia.
A investigação, entretanto, apontou que ele e a vítima discutiram por um possível envolvimento do acusado com o tráfico de drogas. Ela suspeitou que ele estaria alugando seu imóvel para criminosos.
Com uma escultura de madeira maciça conhecida como carranca, o caseiro agrediu a microempresária na parte de trás da cabeça, o que causou uma hemorragia. A vítima, de 56 anos, morreu na hora.
Segundo o delegado Aldo Galiano Junior, diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior 6 (Deinter-6), ele amarrou o corpo em sacos plásticos e o envolveu em panos que estavam no varal. Em seguida, de acordo com as apurações da Polícia Civil, o acusado lavou o local do crime com água sanitária, sabão e água.
Corpo encontrado
Vinte minutos após o delito, o caseiro colocou a vítima dentro de um Fiat Doblo verde, da própria patroa, e abandonou o corpo numa área de vegetação próxima à praia do Caramborê. Cortadores de palmito, que trabalham na região da beira da estrada, encontraram o cadáver por volta das 11h do dia 15 e chamaram a Polícia Militar.
Um boletim de ocorrência de desaparecimento da mulher havia sido registrado no dia anterior por seu marido e pelo próprio acusado. Os PMs notaram que as características do corpo eram semelhantes às da microempresária.
“O indiciado foi até a delegacia registrar o caso do sumiço da mulher que havia matado, junto com o marido da vítima, que é um comerciante de 76 anos”, contou Galiano. O marido foi ao local e reconheceu o corpo.
A necropsia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) mostrou que a causa da morte foi hemorragia, decorrente da agressão.
Carro incendiado
Ao mesmo tempo em que uma equipe da 3ª Companhia do 29º Batalhão de Polícia Militar do Interior (BPM/I) encontrava o cadáver, o Corpo de Bombeiros apagava o fogo ateado no carro. O suspeito havia deixado o carro na rua Oito, no bairro de Santa Cruz, em chamas. Dentro dele, peritos do Instituto de Criminalística (IC) encontraram um cobertor azul com manchas de sangue.
Fuga e prisão
Na madrugada de terça para quarta-feira, mais de 24 horas depois do homicídio, o caseiro decidiu se esconder na casa de parentes. Foi até a rodoviária e embarcou para o Rio de Janeiro, com sua mulher e filha.
O homem resolveu de entregar à polícia assim que soube que era apontado como o principal suspeito do crime. Uma equipe da Polícia Civil foi à cidade carioca, prendeu o acusado e o levou a um Centro de Detenção Provisória (CDP) paulista.
O caseiro responderá por homicídio qualificado (pena que vai de 12 a 30 anos), ocultação de cadáver (de um a três anos) e fraude processual – modificação de local de crime (de 6 meses a 4 anos e multa). As investigações prosseguem. Fonte: Com informações do Terra/ Por: Manoel José
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