Jorge Oliveira, também conhecido como Predador, é lutador de boxe, mas sua maior vitória não foi necessariamente dentro dos ringues. Envolvido com o tráfico e com o status de ser um dos principais nomes de Nem, que é acusado de ter liderado o comércio de entorpecentes na Rocinha, ele conseguiu deixar a vida com o crime de lado para se dedicar ao boxe. Atualmente, Jorge dá aula para crianças na própria Rocinha, comunidade na Zona Sul do Rio de Janeiro, e ajuda a afastar as crianças das drogas através do esporte.
O Predador, que também era chamado de Jorginho PQD durante os sete anos de envolvimento com o tráfico, gozava de certo prestígio em sua vida no crime. Após ter brigado com a sua mãe e saído de casa, foi morar na Rocinha, sendo apresentado aos traficantes por um amigo da 16ª Brigada Paraquedista do Exército, na qual ele servia. Com o conhecimento militar que tinha, passou a ser visto com outros olhos pelo "restante da tropa".
- Briguei com a minha mãe e ela falou que a porta da rua é a serventia de casa. Nessa época tinha vários amigos do quartel e saí de casa sem destino. Entrei no primeiro ônibus e fui para a Barra da Tijuca. Da Barra não sabia para onde ia e fui para a Rocinha. Tinha um camarada lá que tinha servido comigo, me apresentou aos traficantes, fui ficando, ficando, cada vez mais me envolvendo e fiquei sete anos. Devido a eu ter um alto treinamento das forças do Exército, eles me viam como um super-homem, em relação ao restante da tropa. Tinha um bom relacionamento, nao de ensinar, mas de explicar algumas coisas devido ao treinamento que tive. Eu nao me considerava um traficante propriamente da boca (de fumo) - recorda.
Na Rocinha, Jorge conheceu o homem que mudou a sua vida. O treinador de boxe Raff Giglio. Com o auxílio de Raff, o Predador aos poucos deixou a vida do crime para trás para aprender a nobre arte, a qual já tinha se afeiçoado após ter algumas aulas com um primo seu.
- Foi aqui que eu conheci o Raff, que pôde me ajudar nessa nova trajetória de vida. Aqui que aprendi o boxe, já tinha feito algumas aulas com meu primo Marco Antônio, mas aqui me especializei, fiz aulas, cursos e lutei defendendo a academia do Raff - orgulha-se.
Raff se lembra do pedido de Jorge Oliveira e acredita que se não tivesse o aceitado como aluno, talvez Predador estivesse morto hoje em dia.
- Imediatamente, quando ele me procurou, pensei que todo mundo merece uma chance e eu tinha naquele momento o poder de dar a chance que ele queria, porque ele queria luta. Queria poder ser lutador, depois ser professor e eu poderia dar isso a ele naquele momento. Se eu tivesse batido a porta, talvez ele hoje estivesse preso ou morto - afirmou. Foto: Reprodução / SporTV*Fonte: globoesporte
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