A Secretaria da Assistência Social (SAS) deu início na manhã de hoje ao cadastramento de pessoas que têm as ruas da cidade como única referência domiciliar. A região do condomínio Centro Comercial de Itabuna foi a escolhida por se tratar de uma das áreas com o maior número de moradores de rua e de usuários de drogas, segundo denunciam as famílias que moram nas proximidades do local. O secretário municipal da Assistência Social, José Carlos Trindade, liderou a equipe técnica para o cadastramento. Segundo disse o número de moradores de rua naquela localidade nas proximidades da Estação Rodoviária Francisco Ferreira da Silva é realmente assustador. Por isso, a equipe terá que concluir o trabalho na parte da noite quando os moradores se reúnem para dormir sob as marquises das lojas e casas comerciais. O trabalho de cadastramento dos moradores de rua está sendo coordenado pelo Comitê Gestor do “Programa Crack é possível vencer”, do Governo Federal, e está sendo executado no município pela Secretaria da Assistência Social que criou um comitê específico para o programa.
Ao abordar o público-alvo, os cadastradores perguntam detalhes como nome, idade, se possui documentos, familiares ou parentes residentes em Itabuna ou em outras cidades, se é portador de alguma doença ou se é usuário de bebidas ou outro tipo de droga. “A proposta inicial é identificar e traçar o perfil das pessoas que moram nas ruas. Após esse diagnóstico elas terão um rumo na vida ao serem encaminhadas para o atendimento adequado por meio das políticas públicas de assistência social que serão implantadas no município”, reforçou o secretário José Carlos Trindade. Entre os projetos de inclusão social da SAS estão o Centro de Referência para os Moradores de Rua (Centro Pop) em fase de implantação e o Programa Crack é Possível Vencer. Segundo o diretor do Comitê local Fábio Lima, o programa de combate às drogas pretende oferecer tratamento, reinserção social dos usuários e enfrentar o tráfico de crack e outras drogas, já que muitos dos moradores de rua têm referência familiar, mas são usuários de drogas ou de bebidas alcoólicas. Por isso, escolhem as ruas como moradia. Um dos entrevistados, Raimundo Teodoro dos Santos, tem 53 anos e há 10 mora nas ruas. Segundo ele desde a adolescência que era um viciado em bebida alcoólica. Contou também que já foi promotor de vendas, mas a bebida o afastou da convivência familiar. Durante a abordagem, Raimundo se mostrou satisfeito e chegou a dizer que a entrevistadora era a mais nova amiga que tinha conquistado.
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