Um levantamento feito pelo site G1 mostra que 71% das doações feitas a candidatos às prefeituras nas capitais do Brasil foram "ocultas", ou seja, repassadas indiretamente por meio de comitês e diretórios dos partidos nas eleições 2012. O percentual está acima do nacional, de 20,6%. Os dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram ainda que as doações entre comitês e diretórios dos partidos dificultam ou impossibilitam saber quem é o doador do candidato. Contudo, pela primeira vez, é possível traçar quem são os maiores doadores das legendas e as siglas que mais arrecadaram foram também as que mais elegeram candidatos neste ano. Segundo o levantamento, dos R$ 489,5 milhões recebidos, R$ 350 milhões foram repassados indiretamente por diretórios dos partidos ou comitês. Nas capitais, 16 candidatos receberam 100% das doações de forma "oculta", como revelam as prestações de contas de Anaí Caproni (PCO), em São Paulo; Jerônimo Maranhão (PMN), em Manaus; Cyro Garcia (PSTU), no Rio de Janeiro; e Teresa Surita (PMDB), única mulher eleita prefeita em uma capital neste ano, em Boa Vista. Apenas 36 candidatos às prefeituras das capitais declararam não ter recebido de nenhuma fonte indireta, contra 142 que declararam recurso obtido por meio de comitês e diretórios. Os números divulgados pelo TSE mostram que PMDB e PSDB, partidos que mais receberam doações de campanha, também foram os que mais elegeram prefeitos no país, 1.031 e 702, respectivamente. O PMDB arrecadou R$ 222,9 milhões, enquanto que o PSDB conseguiu R$ 128,2 milhões. Em seguida aparecem PSB, a sigla que obteve o maior número de prefeituras nas capitais do país; PT, terceiro a conquistar mais prefeituras e o que mais conquistou o Executivo de cidades grandes; e PSD, que, em sua primeira eleição, elegeu 497 prefeitos.
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