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Imagens captadas pela câmera de segurança de um supermercado mostram a execução de ummorador de rua, no Setor Oeste, em Goiânia . O homicídio foi cometido no dia 5 de novembro e o vídeo foi divulgado na quarta-feira (14) pela Polícia Militar. De acordo com a gravação, o suspeito, usando capacete, ao lado de uma moto, dá alguns passos em direção ao moradorde rua que dorme no chão. Com uma mochila nas mãos ele olha para os lados, aproxima-se da vítima, olha mais uma vez para trás, tira o revólver da bolsa e atira. Em seguida, corre, sobe na moto e foge. Em menos de duas semanas cinco moradores de rua foram mortos em Goiânia.
Ao ver a cena, a voluntária da Pastoral de Rua, movimento da Igreja Católica, Maria Madalena Patrício, faz um desabafo. “A preocupação se torna maior porque há um descaso por parte das autoridades policiais de Goiânia na apuração da eliminação, da chacina, que está acontecendo contra a população de rua. A CNBB [Confederação Nacional dos Bispos do Brasil] acredita que as autoridades de Goiânia vão agir imediatamente para mostrar para a sociedade os responsáveis por essa violência, por essa chacina, por essa eliminação daquilo que alguns setores da sociedade acham que, no período natalino, sujam as ruas de Goiânia”, afirma a voluntária.
A polícia informou que está investigando os casos de assassinatos de moradores de rua em Goiânia. Investigações apontam para a possibilidade do envolvimento de policiais nesses assassinatos. Em entrevista à TV Anhanguera na quarta-feira (14), o delegado da Delegacia de Homicídios, Alexandre Bruno, falou sobre esses assassinatos. “A Polícia Civil trabalha nessa via investigativa no sentido de poder representar, pela prisão preventiva, dos autores. Também trabalha com a possibilidade de haver policiais envolvidos nesse homicídios que têm ocorrido em desfavor dos moradores de rua. Inclusive, se essas pessoas forem presas já responderão pelo novo título penal. A Polícia Civil trabalha com duas motivações: uma delas, eliminar a questão dos usuários e a segunda, a extorsão desses moradores de rua”, comenta.
De acordo com a polícia, o caso mais recente de morte de morador de rua foi o de uma mulher morta a facadas no dia 7 de novembro deste ano. Ela foi assassinada no Conjunto Dom Fernando, região leste da capital. Na época, uma mulher de 32 anos, também moradora de rua, foi presa suspeita de praticar esse crime. O motivo seria uma briga por uma pedra de crack. A vítima foi encontrada morta na calçada de um supermercado da região. Uma moradora de rua, que não quis se identificar, estava no local do assassinato: “Eu não vi matando, mas a hora que ela começou a bater nela e falar que ia matar ela se ela não desse a pedra. Então, eu falei para ela não bater e ela me disse que não tinha nada a ver e eu saí”, diz.
Nesta segunda-feira (19), a Pastoral de Rua e outras entidades vão entregar um documento ao secretário de Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás , Joaquim Mesquita, cobrando o fim desta onda de assassinatos de moradores de rua.
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