Americanos perdem emprego para presidiários

O desemprego nos Estados Unidos, que caiu um pouco nos últimos meses mas ainda é alto para o padrão norte-americano, leva os trabalhadores livres a disputarem empregos com presos, informa o New York Times.

A fabricante de roupas Tennier Industries, por exemplo, perdeu em dezembro contrato de US$ 45 milhões com o governo dos EUA para confecção de roupas para o Departamento de Defesa. Quem “roubou” o cliente foi a Federal Prison Industries, conhecida como Unicor, uma estatal que usa mão de obra de prisioneiros e paga a eles entre US$ 0,23 e US$ 1,15 por hora.

Segundo o Times, a Tennier teve de demitir cerca de 100 funcionários após perder o contrato. “Nosso governo grita, berra e esbraveja ao dizer que o resto do mundo usa presos ou trabalho escravo na produção, e aqui eles tiram as coisas da boca das pessoas que precisam”, afirmou ao jornal um diretor da Tennier.

Críticas
A estatal que usa mão de obra de presos não tem autorização para vender ao setor privado, mas, por lei, tem vantagem na disputa de contratos do setor público. Ela existe desde 1934, mas agora, por causa do desemprego e da fraca atividade econômica, é alvo de críticas.

Outra empresa que teme perder contrato para o trabalho dos presidiários é a Campbellsville Apparel. “Meus empregados não podem acreditar no fato de que um prisioneiro que deveria estar pagando uma dívida com a sociedade seja promovido pelo governo federal para tirar o emprego de um contribuinte”, disse um executivo.

Segundo o Bureau of Prisons, entre os presos que participam do programa de trabalho, o retorno à prisão após cumprida a pena cai 24% e a chance de conseguir emprego aumenta 14%.

A taxa de desemprego nos EUA ficou em 8,3% em fevereiro, depois de ter atingido 10,2% no seu pior momento dos últimos anos, em outubro de 2009. De http://www.jt.com.br/seu-bolso/