Altos funcionários de 32 países da América Latina e do Caribe reunidos em Buenos Aires em uma conferência regional da FAO decidiram priorizar neste momento a ajuda para a reconstrução do Haiti, assolado por um forte terremoto em 2010, disse nesta sexta-feira o brasileiro José Graziano da Silva, diretor-geral da FAO.
"Os países decidiram que o Haiti não é apenas um problema de emergência, é de reconstrução nacional, de reconstrução de sua capacidade produtiva para implementar um programa de médio e longo prazo que assegure a paz nessa região", disse Graziano em uma entrevista coletiva à imprensa.
O diretor da FAO disse que os países latino-americanos centrarão suas ações na coordenação dos programas existentes junto ao governo da nação caribenha, mais do que em destinar recursos financeiros.
"Não é uma questão de recursos, claro que são necessários recursos, mas o Haiti talvez seja o exemplo das dificuldades de coordenação dos programas de emergência", ressaltou o brasileiro no encerramento da XXXII Conferência para a América Latina e o Caribe da FAO.
O terremoto de 2010 no Haiti deixou cerca de 250.000 mortos e grandes danos no sistema produtivo, enquanto 1,5 milhão de pessoas ainda vivem em acampamentos.
"Cada um vai para lá com sua bandeirinha e quer fazer do seu jeito, e isso faz com que as contribuições não façam a diferença", ressaltou Graziano ao concluir o encontro de cinco dias que teve como tema a segurança alimentar.
A FAO executou no Haiti projetos de quase 40 milhões de dólares em 2010-2011, sobretudo, em planos de reflorestamento e para otimizar os recursos provenientes da União Europeia.
O brasileiro reiterou que os governos da América Latina e do Caribe reafirmaram durante o encontro de Buenos Aires seu compromisso de erradicar a fome antes de 2025 e destacou que a região é a primeira a estabelecer este objetivo.
Em relação a esse tema, disse que o aumento da produção e a oferta de alimentos "é vital para erradicar a fome".
José Graziano da Silva havia salientado durante a conferência "a necessidade de aumentar a produção de alimentos em nível mundial em 70%, para alimentar uma população que alcançará 9 bilhões de pessoas em 2050".
Participaram da conferência da capital argentina 18 ministros e 37 vice-ministros de 32 países da região, de um total de 299 participantes.
A Argentina assumiu em Buenos Aires a presidência das conferências regionais da FAO para os próximos dois anos. O próximo encontro regional será realizado no Chile em 2014. AFP
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