Apontado como o próximo a ser substituído pela presidente Dilma Rousseff na reforma ministerial, o ministro das Cidades, Mário Negromonte, disse nesta quarta-feira que está "mais firme do que as pirâmides do Egito". De manhã, no entanto, o nome do deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), líder da bancada do seu partido, o PP, já estava sendo considerado no Planalto como seu provável substituto, diante da resistência da sigla a aceitar a volta do ex-ministro Márcio Fortes. Apesar da comparação com as pirâmides, Negromonte admitiu sua fragilidade:
- Se estou numa festa, e está todo mundo de cara feia para mim, vou embora.
Há forte movimento no Palácio do Planalto pela sua substituição. E um boato crescente no meio político de que o senhor entregará o cargo. O senhor vai pedir demissão?
MÁRIO NEGROMONTE: Não vou pedir demissão. Estou mais firme do que as pirâmides do Egito. Não tem nada disso.
Mas o indicativo no Palácio do Planalto é que há preferência da presidente Dilma pelo ex-ministro Márcio Fortes...
NEGROMONTE: Essa especulação só vai desgastar Márcio Fortes. A bancada do PP não aceita ele (sic). Ele tem forte rejeição na bancada. Quando era ministro, quem defendia o Márcio Fortes era eu. Toda a bancada pediu a cabeça dele.
Por isso ele não continuou ministro?
NEGROMONTE: Na virada de governo (da gestão Lula para Dilma), ele queria ficar. Se tivesse condições políticas, teria ficado no cargo. O Márcio Fortes escolheu o partido errado porque, quando foi ministro, atendia mais o PT do que o PP.
Essas especulações não deixam o senhor desanimado?
NEGROMONTE: Estou preparando os dados do ministério para a reunião setorial de domingo. Trabalho no documento que será apresentado na reunião ministerial de segunda-feira. Estou fazendo várias reuniões. Vamos estabelecer metas para a pasta, como pediu a presidente Dilma. Falei hoje com o líder do PP, Aguinaldo Ribeiro. Ele esteve no Planalto e disse que estava tudo bem.
Para o senhor, qual a origem da informação sobre sua substituição?
NEGROMONTE: Isso tudo é plantado. Tem muita gente interessada nesse ministério. Isso é fogo amigo. Perguntei ao (ministro) Gilberto Carvalho, que é meu amigo, sobre isso. Ele falou que, se tiver alguma coisa, serei o primeiro a saber. A presidente não governa pela imprensa.
Mas o senhor não sente a pressão para deixar o cargo?
NEGROMONTE: Se eu sentir qualquer coisinha, vou no Palácio do Planalto e entrego o cargo. Se me sentir indesejado, vou embora. Se estou numa festa, e está todo mundo de cara feia para mim, vou embora. Agora, se tiver que sair por vontade da presidente Dilma, por vontade minha, ou do bancada, duvido que o Márcio Fortes volte para o ministério. A bancada não deixará.
Como está sua relação com a presidente Dilma Rousseff?
NEGROMONTE: Ela sempre é afável comigo. Sempre que me encontra, a presidente me elogia. Estive com ela recentemente em São Paulo (no lançamento do Minha Casa, Minha Vida). Agora, sou "flex".
Como flex?
NEGROMONTE: Sou flexível. Não tenho apego ao cargo. Estou aqui para cumprir uma missão. Da Agência O Globo
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