No quintal de uma pequena casa, em uma estrutura erguida em alvenaria, mas sem reboco e com telhado de “eternit”, mora a Cinderela baiana. A artesã e líder comunitária Jucélia Lima da Silva, 35 anos, diz estar muito perto de se encontrar com Germano, o milionário italiano desenganado pelos médicos que prometeu deixar toda a sua fortuna para a itaberabense. Mas, por enquanto, ela ainda vive dias de gata borralheira.
O Jornal Correio da Bahia foi a Itaberaba, na Chapada Diamantina, conhecer de perto o dia a dia da mulher que, durante uma viagem de avião à Europa, convenceu o empresário com câncer terminal a esquecer da ideia de cometer suicídio. Desempregada e sem casa própria, já que investiu tudo que tinha em uma ONG, Jucélia teve que improvisar uma morada nos fundos da casa da mãe. Mora com o filho Rafael, 20 anos. Dorme todas as noites num colchão estendido em cima de um tapete de sisal.
Na outra casa, no mesmo terreno, vivem a mãe de Jucélia, um tio sobre uma cadeira de rodas vítima de AVC e uma tia com problemas psicológicos. Tão difícil quanto sua vida é entender de onde ela tira o bom humor. Faz piada com tudo. Ri cada vez que respira. Ri, inclusive, dos próprios problemas. Quando se conhece Jucélia pessoalmente, entende-se perfeitamente por que um estrangeiro, empresário do ramo de exportações resolveu deixar tudo para ela.
A expectativa para o encontro é enorme. A demora causa desconfiança na cidade. Exceto em Jucélia, que mantém contato com a Itália. “Germano está doente. Assim que ele se recuperar vem ao Brasil. Eles estão fazendo tudo com muita tranquilidade”, explica ela, que diz não saber o sobrenome do estrangeiro. Do Correio da Bahia
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