Pedro Ivo Almeida /Do UOL, em Londrina (PR)
Teoricamente, os 22 dias de preparação do Flamengo para o jogo contra o Real Potosí, na Bolívia, que pode definir os rumos do time na atual temporada, deveriam ser dedicados exclusivamente aos treinamentos e à busca por reforços. No entanto, os acontecimentos dentro das quatro linhas se tornaram secundários. Enquanto alguns jogadores se esforçam para alcançar a forma ideal de olho na "decisão" da pré-Libertadores, o clube já vive sua primeira crise em 2012, com atletas reclamando, diretoria respondendo e técnico se posicionando contra o comando financeiro do clube.
Com o fim dos contratos com os principais patrocinadores, o clube não arranja dinheiro para equacionar as dívidas de luvas atrasadas e direitos de imagem a serem pagos a alguns jogadores. Somadas, as saídas de Procter & Gamble e Brasil Brockers representam uma diminuição de cerca de R$ 1,5 milhão nos cofres do rubro-negro, verba suficiente para acabar com a insatisfação do grupo.
E enquanto o zagueiro Alex Silva, o vice de finanças, Michel Levy, e Vanderlei Luxemburgo trocam farpas pela imprensa, já há quem comece a temer pelo pior naquele que será o mês mais importante da temporada. Preocupado com os desdobramentos da crise, o diretor executivo de futebol, Luiz Augusto Veloso, tenta "apagar o incêncio" de grandes proporções que ameaça o clube da Gávea.
"Entendo a colocação de todos, mas não é hora para isso. Temos que "colocar a bola no chão" e trabalhar com calma. Tem gente falando sobre coisa que não é da sua alçada. Jogador treina, técnico prepara a equipe e diretoria cumpre com suas atribuições. Não podemos ter um momento conturbado em um período tão importante da temporada", amenizou Veloso, acrescentando."Os jogadores têm que entrar em campo tranquilos para fazer o seu trabalho, cientes de que estamos nos esforçado muito para cumprir com nossas obrigações e dar as melhores condições possíveis a eles. A presidente está trabalhando, nós também, e vamos procurar boas notícias para estes próximos dias", prometeu o diretor executivo de futebol.
Apesar do discurso ameno e da boa vontade em ver as coisas melhorarem, o "pedido de paz" de Luiz Augusto Veloso não é tarefa das mais simples, principalmente em função dos personagens envolvidos na crise. Apesar de evitarem os ataques explícitos, Michel Levy e Vanderlei Luxemburgo não vivem a melhor das relações. Após episódios conturbados no início do último ano, os dois chegaram a fazer as pazes, mas o clima voltou a ficar quente em 2012.
Tentativa frustrada de amenizar a crise
Antes do pedido do diretor executivo de futebol, o Flamengo tentou outra saída para desfazer a "troca de farpas" via imprensa protagonizada por seus comandantes nos últimos dias. Na noite da última terça-feira, o clube divulgou uma nota oficial desmentindo as declarações do vice de finanças, Michel Levy, que causaram todo o mal estar. No entanto, a nota foi tirada do ar pouco tempo depois, deixando dúvidas sobre quem realmente estava mentindo.
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