Entre os cientistas políticos ouvidos pela reportagem do SRZD, uma opinião em comum: Dilma Rousseff soube aproveitar bem a popularidade herdada do seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva. Na visão dos especialistas, ela apresentou nuances de diferença, como evitar muita proximidade com líderes polêmicos, Mahmoud Ahmadinejad (Irã) e Hugo Chávez (Venezuela), e avistam uma ligeira dificuldade em tomar decisões rápidas para afastar ministros suspeitos de corrupção.
"Dilma ao contrário de Lula tem perfil de gestora. Ela quer ter mais controle dos ministérios. Ela quer um controle maior sobre cada pasta e o nível de tolerância é menor que o do Lula. Mas já chegou um momento que ela começa a avaliar para não comprometer as votações no Congresso. terminou aceitando por muito tempo gente que vinha do governo Lula. Ela já poderia ter começado a fazer as mudanças, o choque de gestão, que deve acontecer no início de 2012", resume Ricardo Ismael, da PUC-Rio.
"Ela de maneira supreendente não se mostra articuladora (como era na Casa Civil). Tem se mostrado lenta nos caos dos ministros. Essa lentidão vai contra a imagem de boa gestora de Dilma. Isso surpreende porque ela era conhecida por decisões rápidas", declarou Paulo Baía, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
"A Dilma tenta agradar um público que Lula ia perdendo. Ela por ter sido ex-ministra da Casa Civil sabe os ministros que têm problemas e podem gerar crises, mas só age para retirá-los depois que estão queimados pela mídia e também com o público", destacou Paulo Kramer, da Universidade de Brasília.
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