Se a operação de compra do Brazilian Finance & Real Estate pelo Banco Panamericano não convenceu o mercado, derrubando as ações da instituição quebrada por Silvio Santos em mais de 7%, também não pegou bem no Palácio do Planalto. Assumido pelo BTG Pactual, de André Esteves, após resgate do Fundo Garantidor de Crédito, o Panamericano anunciou um aumento de capital de R$ 1,8 bilhão, que será feito por meio da emissão de 297,5 milhões novas ações. A transação depende da aprovação dos atuais sócios, BTG e Caixa Econômica Federal (CEF), e é aí que mora o problema.
O conselho do Panamericano já aprovou a operação, e com o apoio de seu presidente, Jorge Hereda (que também preside a CEF), e dos vice-presidentes da Caixa Marcos Vasconcelos e Márcio Percival, que compõem o conselho. Ao compactuar com o negócio, a Caixa não apenas financia um banco em que é minoritária (detém 36% do capital total), como dá aval para uma concorrência no crédito imobiliário, seu melhor negócio – o Brazilian Finance & Real Estate detém 88 lojas de crédito imobiliário da BM Sua Casa.
O governo já vinha manifestando desconforto diante do fato de a operação envolver novo aporte da Caixa – que investiu R$ 740 milhões no Panamericano meses antes de ser revelado o rombo de R$ 4 bilhões no banco. Como registrou a coluna Painel, da Folha de S.Paulo, Hereda foi convocado ao Palácio do Planalto nesta semana para conversar com a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e o clima entre os dois “pesou”. A ministra ficou irritada com a forma como o negócio tem sido conduzido.
O Planalto também anda incomodado com a disputa interna entre PT e PMDB pelo comando da Caixa e recomentou distensão na relação entre Hereda (PT) e o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias, Fabio Cleto, indicado pelo PMDB. De http://brasil247.com.br/pt/
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