Mercado de trabalho brasileiro acolhe imigrantes: 73 mil contratações em 2025
Por Maeli Prado e Gabriela Cecchin | Folhapress
Foto ilustrativa: Marcello Casal jr / Agência Brasil

Em meio ao salto na imigração de países da América Latina para o Brasil e à taxa de desemprego mais baixa da história, os estrangeiros já respondem por 4% das contratações do mercado formal de trabalho brasileiro, e quase metade deles são da Venezuela.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) mostram que, apenas entre janeiro e outubro de 2025, o saldo entre admissões e demissões de pessoas de outras nacionalidades ficou positivo em 73,4 mil (ante um total de 1,8 milhão de novas vagas).
É mais do que os 71,1 mil em todo o ano passado, quando os estrangeiros também representaram cerca de 4% dos postos de trabalho com carteira assinada, e um salto de 196,2% em relação a 2020, quando começa a série do Caged pela atual metodologia.
As principais nacionalidades dos contratados são venezuelanos (47,8% do total de estrangeiros admitidos neste ano), haitianos (8,2% do total), argentinos (4,8%) e paraguaios (4,3%).
Eles vêm representando uma fatia cada vez maior do mercado formal de trabalho. Em 2020, quando o mercado como um todo eliminou postos de trabalho por causa da pandemia, foram 24,8 mil contratados; em 2021, o número caiu para 5.200 mil (ou 0,19% do saldo total); em 2022, esse número saltou para 35,9 mil (1,78% do total), e em 2023, para 47,3 mil (3,2%).
O movimento está relacionado em parte ao forte fluxo de imigração para o Brasil entre a década passada e a primeira metade desta década. De 2010 a 2025, 182, 2 milhões de estrangeiros entraram no Brasil pelos postos de fronteira, enquanto 184,2 milhões deixaram o país. Ou seja, o saldo ficou negativo em mais de 2 milhões nesse período, segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública.
"Em termos líquidos, quando há mais saída de brasileiros do que entrada de estrangeiros, perdemos mão de obra. Mas por outro lado estamos ganhando com os estrangeiros que vêm ao Brasil", diz Bruno Imaizumi, economista especializado em mercado de trabalho da 4intelligence.
Além da disponibilidade maior de mão de obra estrangeira, o crescimento é inversamente proporcional à queda na taxa de desemprego. Em 2021, a desocupação estava em 12,1%; em 2022, 8,3%; em 2023, 7,6%; em 2024, 6,2%. No trimestre encerrado em outubro deste ano, ficou em 5,4%, o menor patamar da série histórica iniciada em 2012, de acordo com dados do IBGE. Mais no bahianoticias
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