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segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Médium de MG relata contato por psicografia com vítimas da Boate Kiss

Na busca pelo conforto após o acidente na Boate Kiss, que causou a morte de 242 pessoas, um grupo de 25 pessoas residentes em cidades do Rio Grande do Sul recorreu à psicografia mediúnica. As mensagens foram obtidas através de três médiuns de Uberaba, além de um que atende no interior de São Paulo. As cartas recebidas em junho de 2013 e julho de 2014 trouxeram informações de sete vítimas do acidnete e foram reunidas nolivro "Nossa Nova Caminhada", lançado em novembro deste ano. Em entrevista ao G1, o médium uberabense Alaor Borges Júnior, que participou das psicografias, detalhou as informações recebidas.

Adepto do espiritismo há 33 anos, Alaor foi intermédio para duas dessas cartas. Ele afirma que o contato com as mensagens psicografadas é rápido, e que as mesmas ficam com os familiares e muitas vezes não recebe as cópias. Uma questão que marcou o médium foi a justificativa de um jovem de que a tragédia foi acidental.

“Por meu intermédio foi citado apenas que tratava-se de um resgate coletivo. Algo que me sensibilizou muito, foi o relato de certo jovem pedindo orações e respeito para o proprietário da boate e seus familiares. Dizendo inclusive que os mesmos estavam sofrendo pressões e ameaças por parte da população, estavam extremamente desgastados com isto, e que foi um acidente, nada intencional, e que deveríamos nos colocar no lugar dele e dos familiares”, relatou.

O médium afirmou ainda que considera a participação no livro como uma boa ação em prol dos familiares enlutados. “Ter um relato recebido por mim no livro é de extrema gratificação, por saber que de certa forma fomos um instrumento para confortar, dividir a dor com estas pessoas, passando por esta prova tão difícil”, afirmou.

Contato com a psicografia
Mariângela Pontes Gonçalves, mãe de Guilherme, já era adepta não assídua do espiritismo antes do acidente que tirou a vida do filho. Segundo ela, uma familiar aconselhou a psicografia desenvolvida em Uberaba15 dias após a tragédia.

“Uma prima me convidou uns 15 dias após o fato a buscar consolo nas mensagens psicografadas. Ela falou para fazermos uma excursão para Uberaba. Eu já tinha uma referência por pessoas que foram na época em que Chico Xavier atendia, e esse conforto que eles repassaram por terem conseguido psicografias foi o que me motivou”, afirmou.

As visitas a Uberaba foram agendadas e ocorreram em junho de 2013, quando foram recebidas mensagens de Guilherme, Stefani e Daniela. Em julho de 2014, o grupo retornou e obteve novamente mensagens dos três, e ainda de Pedro, Marcelo, Leonardo e Melissa.

Após a publicação de mil exemplares, Mariângela adianta que uma tiragem com 3 mil exemplares está em produção. A repercussão da obra faz a cidade mineira ser roteiro frequente para o grupo. “Pretendemos voltar. Muitas pessoas estão nos procurando e pedindo para organizarmos, não só familiares de vítimas do acidente, mas de várias situações”, adiantou.

O acidente
O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, na região Central do Rio Grande do Sul, ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013. A tragédia matou 242 pessoas, sendo a maioria por asfixia, e deixou mais de 630 feridos.

O fogo teve início durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira e se espalhou rapidamente pela casa noturna, localizada na Rua dos Andradas, 1.925.

O local tinha capacidade para 691 pessoas, mas a suspeita é que mais de 800 estivessem no interior do estabelecimento. Os principais fatores que contribuíram para a tragédia, segundo a polícia, são: o material empregado para isolamento acústico (espuma irregular), uso de sinalizador em ambiente fechado, saída única, indício de superlotação, falhas no extintor e exaustão de ar inadequada. Foto: Arquivo Pessoal - Fonte: G1

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