Cirurgiã dentista e doutora em reabilitação oral, Talita Dantas, explica que o acompanhamento regular com o dentista é fundamental e o papel do profissional vai além da avaliação superficial.
3,5 bilhões de pessoas (45% da população mundial) sofrem de doenças bucais. Esse foi o resultado de um relatório feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A cárie lidera o ranking e afeta 2,5 bilhões de pessoas no planeta. Em Segundo lugar está a doença periodontal, com cerca de um bilhão de casos (responsável pela maioria das perdas de dentes) e, com 380 mil novos casos a cada ano, está o câncer bucal em terceiro lugar.
Segundo a cirurgiã dentista doutora em reabilitação oral, Talita Dantas, qualquer tipo de infecção ou contaminação presente na boca pode estar relacionado às doenças periodontais, que podem também causar riscos à saúde do paciente como um todo, como doenças cardíacas e até diabetes. O grande problema é que as doenças periodontais e o câncer são doenças silenciosas, ao contrário da cárie, cuja dor é um sinal comum. Quando o paciente relata sintomas, muitas vezes, o problema já está avançado, o que dificulta o tratamento.
Qualquer infecção na boca que não possa ser controlada pode evoluir para uma infecção maior e generalizada, inclusive com risco de morte. Por isso, o acompanhamento com o dentista para limpeza e polimento dos dentes junto à avaliação clínica das gengivas, é recomendado pela Associação Americana de Odontologia e aplicado em quase todos os países do mundo. Aliados à boa escovação e uso regular do fio dental, essas são as medidas para prevenir o aparecimento de doenças periodontais.
“Quando negligenciadas, já temos comprovação de problemas cardíacos associados a infecções bucais, como a endocardite bacteriana, que ocorre quando as bactérias da boca entram na via sistêmica cardíaca e agrava a saúde do paciente. Agora, com os resultados desse estudo, vemos que os sinais bucais podem indicar também doenças cognitivas”, explica.
Para identificar que algo não vai bem: “Gengiva não sangra e dente não dói”
Talita explica ao mínimo sinal de sangramento gengival ou dores nos dentes é preciso buscar um especialista para investigar a origem desses problemas e atuar de maneira rápida e eficaz. “Dor, inchaço, sangramento e edemas não são coisas normais, então é preciso buscar atendimento e, claro, sempre escolher um profissional capacitado para perceber e avaliar todas as necessidades ou deficiências, sinais de infecções prévias antes de realizar o procedimento. O dentista deve priorizar todos os aspectos básicos iniciais já comentados e seguir as recomendações e condições específicas para iniciar qualquer tratamento e a participação do paciente nessa manutenção de sua saúde bucal também é fundamental.
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