O endividamento, por sua vez, apresentou novo aumento, o terceiro seguido, e atinge 68% das famílias em novembro
Foto: Divulgação Fecomércio-BA
Após nove meses de altas consecutivas de inadimplência em Salvador, em novembro a sequência foi interrompida e registrou queda de 0,4%, saindo de 43,7% do mês anterior para 43,3%, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada mensalmente pela Fecomércio-BA e divulgada nesta terça-feira (29).
O consultor econômico da Fecomércio- BA, Guilherme Dietze, pontuou que o resultado está muito elevado.“Esse percentual, no entanto, ainda está muito acima do visto no mesmo período do ano passado, de 30,7%, o que representa, em números absolutos, um aumento de quase 120 mil famílias a mais com contas atrasadas, para um total atual de 404 mil famílias”.
A leve queda, segundo levantamento do Fecomércio, deve ser interpretada de duas formas, positiva e negativa. “Pelo lado favorável, a redução da taxa mostra que o pico da inadimplência deve ter ficado para trás e agora deve começar uma tendência de recuos, sobretudo com a inflação menos pressionada”, esclarece o economista.
Pelo lado negativo, Dietze salienta que “o patamar ainda muito elevado historicamente e em relação ao mesmo período do ano passado, leva ao raciocínio de comprometimento da renda neste final de ano, ou seja, uma necessidade maior para quitação de dívida, o que traz menos força para as vendas de final de ano”.
E há para uma parcela de 16,7% das famílias que já dizem que não conseguirão pagar a dívida em atraso, maior percentual desde 2010 e que representa 156 mil famílias soteropolitanas.
“Essa situação é desconfortável, pois são consumidores que estão num limite de manter os gastos básicos com alimentação e medicamentos, não havendo condição para pagar os compromissos feitos no passado recente”, pontua Dietze.
Endividamento
O endividamento, por sua vez, apresentou novo aumento, o terceiro seguido, e atinge 68% das famílias em novembro, abaixo dos 70,3% vistos nesse mesmo período do ano passado. Em um ano, houve redução de 654,4 mil para 635,3 mil famílias que possuem algum tipo de dívida.