Em tuíte, governo afirmou que compra de vacinas da Pfizer 'causaria frustração aos brasileiros'. Meses depois, Brasil adquiriu 100 milhões de doses
Estado de Minas**Foto: Pfizer/Divulgação
Na noite dessa quarta-feira (12/5), um avião com 628 mil doses de vacina da Pfizer/BioNtech compradas pelo governo brasileiro chegou ao Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Foi o terceiro lote de um contrato que prevê 100 milhões de imunizantes para o Brasil.
Apesar da compra e do grande volume desse lote, o governo Bolsonaro rejeitou várias propostas da farmacêutica no ano passado. Além disso, em nota divulgada no perfil oficial do Twitter, o Ministério da Saúde e o governo do Brasil ironizaram a intenção da empresa.
Conforme o presidente regional da Pfizer na América Latina, Carlos Murillo, os primeiros contatos com todos os países, para venda das vacinas, ocorreram no mesmo momento, entre maio e junho de 2020.
Ao longo do ano passado, a empresa tentou, sem sucesso, fechar contratos com o Brasil e até enviou uma carta ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a outras autoridades políticas.
O presidente da Pfizer revelou à CPI que a empresa voltou a oferecer as vacinas para o Brasil em novembro, porém também não foram aceitas.
Era de conhecimento público que o governo federal estava com dificuldades de negociar com a farmacêutica, como revelado pela Pfizer em 7 de janeiro deste ano.
Com uma nota, a empresa disse que ofereceu ao governo brasileiro comprar um lote de 70 milhões de doses da vacina e tentou contato, sem êxito novamente.
O lado do governo federal
No mesmo mês, no dia 23, o governo federal respondeu à carta no Twitter oficial.
“O Governo Federal/Ministério da Saúde informa que recebeu, sim, a carta do CEO da Pfizer, assim como reuniu-se várias vezes com os seus representantes”, diz o primeiro tuíte de uma sequência de três publicações que terminam com o link da nota oficial.
“Porém, apesar de todo o poder midiático promovido pelo laboratório, as doses iniciais oferecidas ao Brasil seriam mais uma conquista de marketing, branding e growth para a produtora de vacina, como já vem acontecendo em outros países”, apontava a publicação. Leia a nota oficial completa neste
link.