por Fernando Duarte
Uma semana após parte do conteúdo do livro “Nada menos que tudo” começar a circular, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, segue presente nas rodas de conversas políticas e jurídicas. Não é pouco. Quase homicida e quase suicida, Janot conseguiu destruir a imagem construída em torno de si de maneira acachapante e, provavelmente, sem retorno ao patamar de respeito esperado para alguém que passou por um dos cargos mais relevantes no ambiente jurídico brasileiro. Ao final, houve o assassinato de uma reputação.
Desde que o assunto tomou corpo, é impossível não se perguntar se Rodrigo Janot não tinha um amigo para dizer a ele o quão absurdo era falar em público que gostaria de matar o ministro Gilmar Mendes. Nas profundezas mais recônditas de cada um, a figura de linguagem “matar” alguém é tão presente que, se fosse levada a sério, teríamos uma horda de assassinos convivendo conosco diariamente. O que o ex-PGR falou não chega a ser crime, mas deveria provocar, no mínimo, repulsa do entorno e um novo fenômeno editorial. Pelo andar da carruagem, não vai acontecer nenhuma das duas coisas.