Vale aqui, preliminarmente, evocar a irreverência do arguto Nelson Rodrigues: "Eu me nego a acreditar que um político, mesmo o mais doce político, tenha senso moral". Pois é, a imoralidade política é, infelizmente, um traço indelével no caráter da maioria de nossos políticos. E isso ficou demonstrado na encenação das perguntas e respostas da CPI da Petrobras no Senado, que, segundo noticiário, foi manipulada, envolvendo os senadores Delcídio Amaral (PT-MS), José Pimentel (PT-CE), senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) etc.
A seriedade política está transformada em um simulacro. De falsa aparência os ditos “nobres políticos” desfilam com desenvoltura e não têm nenhum escrúpulo para conspurcar a imagem do Congresso Nacional diante da sociedade.
Usando de meios sórdidos parlamentares se comportam piores que malfeitores errantes, para consecução de seus objetivos. São maquiavélicos ao extremo, e quando podem apunhalam pelas costas sem nenhuma cerimônia.
Midiática ou não - cabe ao ofendido tomar as providências legais – está bombasticamente estampada na revista Veja, desta semana: “A grande Farsa – A CPI da Petrobras foi criada com o objetivo de não pegar os corruptos. Ainda assim, o governo e a liderança do PT no Senado decidiram não correr risco e montaram uma fraude que consistia em passar antes aos investigados as perguntas que lhes seriam feitas pelos senadores. A trama foi gravada em vídeo.”
A denúncia da VEJA é muito grave e precisa ter o seu desdobramento nas instâncias do Congresso Nacional e do Judiciário, com seriedade e rapidez, pois o subterrâneo da podridão política não pode continuar chafurdando a República brasileira.
A que ponto chegou a pouca-vergonha de membros de nossos partidos políticos, que, para blindar a face corrupta de um governo, arma suas baterias contra a transparência da República para continuar enxovalhando a imagem da nação.
Bem, a sabedoria popular não falha. Onde já se viu lobo cuidar de galinheiro? E o resultado está na grande farsa da CPI da Petrobras no Senado, liderada por Vital do Rêgo (PMDB-PB) e José Pimentel (PT-CE). E não esquecer, também, que, na CPI Mista da Câmara Federal aparecem, respectivamente, como presidente e relator Vital do Rêgo e Marco Maia (PT-RS).
O país não pode continuar sendo enganado por falsos políticos, mancomunados com governos corruptos. Nas próximas eleições, o eleitor terá mais uma oportunidade de fortalecer o Legislativo e o Executivo, escolhendo cidadãos de condutas ilibadas e capazes. Mas para o bem do Brasil, o eleitor não deve reeleger ninguém, pois política não é profissão.
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor federal aposentado
Balneário Camboriú-SC