A Crítica
Em reunião com a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, nesta terça-feira (4), integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes afirmaram que irão pedir à Justiça o afastamento preventivo do prefeito de Coari (AM), Adail Pinheiro, até que as investigações possam ser concluídas.
Denúncias dão conta de que testemunhas estariam sendo perseguidas e ameaçadas.
O deputado estadual Marcelo Ramos (PSB) um dos autores do pedido de afastamento do prefeito Adail do cargo, junto ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM), afirma que as denúncias existentes são elementos fundamentais para o afastamento de Adail.
“Ele utiliza o cargo para coagir testemunhas, chantagear famílias e continuar suas práticas, é incompatível com o cargo de prefeito, tudo isso prejudica o bom andamento dos processos”, destaca Ramos.
O parlamentar ressalta ainda perplexidade com o Ministério Público que não pediu a prisão preventiva de Adail Pinheiro.
“Eu me admiro do MP que ainda não pediu a prisão preventiva do prefeito, já que estão presentes os requisitos para isso. Ele é acusado de um crime grave e interfere diretamente nas investigações, isso é um fato que a ministra já afirmou”, salientou.
CPI deve retornar ao município para novos depoimentos
Na reunião, os parlamentares também decidiram voltar ao município ainda este mês para ouvir novos depoimentos e agir na proteção das vítimas. Desta vez, as audiências devem ocorrer em Manaus, para evitar possíveis pressões por parte do prefeito.
A ministra Maria do Rosário endossou a necessidade do afastamento do prefeito: “A Câmara de Vereadores e o Poder Judiciário podem declarar o impedimento porque ele estaria usando o cargo justamente para ameaçar as vítimas”, argumenta.
De acordo com a presidente da CPI, deputada Erika Kokay (PT-DF), o Ministério Público (MP) já tem evidências suficientes do envolvimento de Adail Pinheiro nos crimes. Ainda assim, conforme a parlamentar, o processo não evolui no judiciário estadual.
“Não tenho nenhuma dúvida de que há morosidade altamente nociva na Justiça do Amazonas no caso de Coari. Estivemos lá, e o processo estava parado há meses – só começou a se mover na véspera da nossa visita. Temos uma urgência de afastamento do prefeito”, afirmou.
O deputado Marcelo Ramos endossa as palavras de Kokay, e acredita que esse pedido de afastamento de Adail da prefeitura feito à ministra é mais um instrumento de pressão.
“A impunidade do Adail tem muito a ver com morosidade do MP que precisa agir para que a Justiça então faça sua parte”, finalizou o parlamentar.