William Cardoso, de O Estado de S.Paulo
A 5ª Delegacia do Patrimônio (roubo a banco), do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), acompanhou integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), por escutas telefônicas, planejando a execução do policial militar Flavio Adriano do Carmo, de 45 anos, morto com dois tiros de fuzil em 13 de outubro, em frente a uma padaria no Parque Santo Antonio, na zona sul de São Paulo.
No meio da tarde, um criminoso identificado como Chaveiro fala com Cacha, um comparsa, sobre as dúvidas a respeito da identificação do alvo - se seria ele mesmo o PM a ser morto.
Chaveiro: E aí, criança, o Bico (PM) está aqui, mas não sabemos se é ele... tem que ver um cara conhecido... Ele parece, cabelo grisalho, de lado, meio quadradinho...
Cacha: É coroa?
Chaveiro: É... entendeu?... a Blazer está aqui, é o seguinte... tem uma base (PM) aqui na padaria...
Cacha: A caminhada é a seguinte... Eu vou ligar pro Japa... aqui pra ver...
Chaveiro: Liga pro Japa irmão, que nós vamos voltar para a quebrada... nós já passamos uma vez... tá eu e o Dugui aqui, nós vamos para a quebrada...porque o "Cigano" está esperando ali... vamos voltar aqui de novo com o Adidas...aí é o ultimo...aí nós vamos ficar na bala ali, que é hoje...
Durante a tarde, eles comentam sobre a atuação da polícia nas proximidades do local do ataque. Também combinam o momento de se encontrar e quais armas deveriam levar para a empreitada.
Chaveiro: Ô irmão... deixa eu falar uma caminhada... nós estamos todos aqui, tá ligado irmão?... naquela cantoneira lá...