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O ator Pedro Cardoso, que há três anos vive em Portugal e agora está no Brasil para apresentar três espetáculos, comentou a situação política e social do país em entrevista à Folha de S. Paulo. “Estou muito assustado com a instabilidade da confiança na democracia que se instalou no Brasil a partir da revelação da amplidão do roubo que a classe política e uma parte da elite econômica produzem no país”, disse ele à coluna de Mônica Bergamo, acrescentando que a democracia brasileira não é eficiente para evitar que o poder seja “tomado de assalto”. Ele, entretanto, diz que a democracia é o caminho que deve ser seguido. “Essa falha provoca a ilusão de que algum regime ditatorial pode consertar as coisas. O que conserta é o incremento da democracia, e não a instalação de alguma ditadura”, afirmou.
Pedro falou ainda sobre sua história com o Partido dos Trabalhadores. “Votei no PT a vida toda. Não tenho nenhuma ilusão. O PT cometeu crimes terríveis contra a democracia. Entretanto, também acho que o ódio ao PT como o único mal do Brasil não é o ódio ao PT. É um ódio à brasilidade, que o PT, ainda que simbolicamente, representa”, defendeu o ator. “Acho que, de todos os erros, o PT foi o meu melhor erro. Olha as opções que eu tinha”, ponderou o artista, que é primo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, com quem diz ter uma relação fraternal. “Conversamos sobre qualquer coisa. Ele compreende muito bem as razões de alguém votar no Lula. Como eu compreendo as razões de alguém votar nele. Não há conflito”, explicou Pedro Cardoso, sobre o convívio com FHC.