Três jovens foram presos há 24 dias por abastecer carro em local ilegal. Família organiza feijoada para pagar custos de prisão; governo acompanha.
Os três jovens brasileiros detidos na Venezuela no dia 8 de setembro tinham comprado apenas 25 litros de gasolina no país, segundo disseram familiares de Ana Cássia da Silva Oliveira, Cássio da Silva Almeida e Taysson da Silva Correia ao G1.
Até esta sexta-feira (2), eles continuam presos em penitenciárias de Ciudad Bolívar acusados de ter comprado combustível em local irregular, o que é considerado crime ambiental no país.
Para a mãe de Ana Cássia, Marinês Luciana, a prisão dos jovens é “injusta e severa” por causa da quantidade de gasolina comprada no país. Na Venezuela, cada litro de gasolina custa em média R$ 0,40 enquanto que em Roraima o litro sai entre R$ 3,75 e R$ 3,80.
“Eles não iam com frequência a Venezuela, até porque no dia em que foram presos estavam a passeio. Eram apenas turistas que precisavam comprar gasolina para voltar para o Brasil, quando foram abordados e presos por ter abastecido em um lugar não autorizado”, defendeu.
Ainda conforme Luciana, a Justiça venezuelana “deveria levar em consideração o histórico de vida dos jovens”. “Eles tinham emprego fixo no Brasil e só abasteceram nesse local onde acabaram sendo presos porque a Ana e o Cássio estavam com a filha e tinham pressa para voltar a Boa Vista”, afirmou.
Família organiza feijoada
Para ajudar a manter os jovens na Venezuela, as famílias deles organizam uma feijoada beneficente em Boa Vista. O evento será no sábado (10) e cada ingresso custa R$ 12.
“Todo o dinheiro arrecadado será usado para ajudá-los a se manter na prisão, porque tudo lá é pago pelos próprios detentos”, explicou a mãe de Cássio, Gracilene da Silva. Os ingressos podem ser comprados por meio dos telefones (095) 99127-8236 ou 98112-5454.
Governo acompanha caso
Por nota, a Secretaria de Comunicação do Governo de Roraima informa que o Governo do Estado, por meio da Secretaria Extraordinária de Assuntos Internacionais, está intermediando o diálogo da família dos brasileiros presos em Ciudad Bolívar, na Venezuela, com as autoridades venezuelanas.
Conforme informações repassadas pelo advogado responsável pelo caso, já foram iniciados os trâmites necessários para providenciar a soltura dos brasileiros. A previsão é que na próxima semana a justiça venezuelana decida sobre o caso.
Entenda
Ana Cássia, Taysson e Cássio foram detidos no dia 8 de setembro em Santa Elena de Uairén, cidade venezuelana que faz fronteira com o Brasil. No momento da prisão, Ana e Cássio estavam com a filha, uma bebê de quatro meses. A neném foi entregue aos familiares e está em Roraima.
No momento da prisão, os jovens abasteciam o carro deles em uma casa não autorizada a vender combustível. Por causa disso, eles foram detidos e levados a presídios em Ciudad Bolívar, na Venezuela, onde aguardam a realização de uma audiência judicial. O Itamaraty acompanha o caso. Fonte: G1
André Figueiredo, ministro das Comunicações: 'Cargos não garantem fidelidade'(Leonardo Prado/Agência Câmara/VEJA)
