Colegiado apontou contradições nas falas de Carlos Roberto Lopes, bem como ocultação de informações; pedido de prisão preventiva foi encaminhado ao STF
Camila Stucaluc
Carlos Roberto Ferreira Lopes prestou depoimento na CPMI do INSS | Divulgação/Senado

A Conafer é investigada por estar entre as entidades com maior volume de descontos nos pagamentos mensais de aposentados e pensionistas do INSS. A comissão justificou a convocação de Lopes citando o crescimento "vertiginoso" da arrecadação da entidade, que saltou de R$ 6,6 milhões para mais de R$ 40 milhões, coincidindo com o período de intensificação dos descontos indevidos nos benefícios previdenciários.
Aos parlamentares, o presidente da Conafer disse desconhecer as informações apresentadas, incluindo de movimentações milionárias na conta da empresa, e negou as acusações de fraude. Em outros momentos, entrou em contradição em relação a falas anteriores.
Para o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), Lopes mentiu ao colegiado, mesmo após ter se comprometido a falar a verdade. Ele acusou o presidente da Conafer de ocultar informações e de tentar convencer os parlamentares de que a operação realizada pela empresa era regular.
“Ele mentiu deliberadamente à CPMI desde o início. Foi perguntado sobre os depósitos bancários na própria conta, na conta de terceiros. Foi colocado diante de um organograma que mostrava que ele desviava o dinheiro a empresas familiares, de pessoas ligadas a ele. E [ele] tentou de todas as maneiras nos convencer de que se tratava de uma operação legal. E não é. Nós sabemos que isso é lavagem de dinheiro e dinheiro dos aposentados”, disse Viana.
Segundo o parlamentar, Lopes cometeu o crime de falso testemunho pelo menos quatro vezes ao longo do depoimento. A prisão do empresário foi feita em flagrante, e o relator Alfredo Gaspar (União-AL) encaminhou um pedido de prisão preventiva para o ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito. Mais no sbtnews
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