Um vídeo de 1986, que mostra mortes e desespero de pessoas durante um incêndio no Rio de Janeiro, causou desconforto em uma sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (20/03). Durante o debate sobre a cobrança de taxas de prevenção de incêndios nos estados do Rio Grande do Norte, Pernambuco e Rio de Janeiro, uma procuradora de Justiça solicitou a exibição de uma reportagem que deixou os ministros consternados. Fonte: Metrópoles
Foto: Reprodução
Durante sua sustentação oral, a procuradora do Rio de Janeiro Cristina Siqueira Dias pediu para apresentar uma matéria do Jornal Nacional, conduzida por Cid Moreira, como exemplo da relevância da taxa destinada ao Corpo de Bombeiros para a estruturação do Estado.
O vídeo retrata o incêndio no Edifício Andorinha, no Rio, ocorrido em 1986. No início da reportagem, o então apresentador alerta: “Recomendamos tirar da sala as crianças e as pessoas que se impressionam”. Em seguida, as imagens são exibidas.
Uma pessoa salta do 12º andar no meio da reportagem. Quando uma segunda vítima está prestes a se jogar, o presidente do STF, ministro Luís Roberto Barroso, interrompe a exibição.
Na sequência, Dias Toffoli manifesta sua insatisfação e tristeza com a veiculação.“O jornalista Armando Nogueira, depois que ele se aposentou, pouco antes do seu falecimento, foi perguntado se ele se arrependia de alguma imagem que ele transmitiu. Ele disse que essa era uma delas. Como relator, não tinha ciência que iam passar essas imagens. Se soubesse, não aceitaria”, disse Toffoli. Veja o momento do embate:
Após a exibição, Barroso recordou que perdeu um amigo no incêndio mostrado na reportagem. O fogo no edifício Andorinha resultou na morte de 21 pessoas e deixou outras 50 feridas, em fevereiro de 1986. Os bombeiros chegaram rapidamente ao local, mas só iniciaram o combate às chamas uma hora depois, devido a falhas nos equipamentos.
A procuradora do RJ quis ilustrar como a precariedade da estrutura de prevenção de incêndios do edifício e a ausência de água nos hidrantes próximos contribuíram para que o fogo consumisse cinco andares em três horas, resultando nas mortes.
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