Em troca da liberdade, ele concordou em se declarar culpado de uma das 18 acusações de crime de disseminação ilegal de material de segurança nacional
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
Fundador do WikiLeaks, o jornalista Julian Assange firmou um acordo com os Estados Unidos, nesta segunda-feira (24), ao concordar em se declarar culpado de uma acusação de crime de disseminação ilegal de material de segurança nacional em troca de sua libertação da prisão, no Reino Unido.
“Este é o resultado de uma campanha global que incluiu organizadores de base, defensores da liberdade de imprensa, parlamentares e líderes de todo o espectro político, até as Nações Unidas. Isto criou espaço para um longo período de negociações com o Departamento de Justiça dos EUA, conduzindo a um acordo que ainda não foi formalmente finalizado”, informou o WikiLeaks, por meio do X.
Conforme a Folha de S. Paulo, o acordo pode encerrar uma longa disputa entre Assange e os EUA, iniciada após o jornalista revelar segredos de estado na década de 2010.
No material divulgado pelo WikiLeaks constam informações sobre a atividade militar americana no Iraque e no Afeganistão, além de telegramas confidenciais compartilhados entre diplomatas, incluindo lista “ultrassecreta” da Agência Nacional de Segurança que comprovam espionagem dos EUA contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e outros membros do governo brasileiro.
Em 2019, um júri federal indiciou Julian Assange em 18 acusações relacionadas à divulgação dos documentos confidenciais. As condenações poderiam resultar em até 170 anos em uma prisão federal, mas, com o acordo firmado nesta segunda (24), ele admitiu culpa por apenas uma acusação.
Ainda de acordo com o jornal, o acordo não foi inesperado, já que no início deste ano o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, sugeriu que os promotores dos Estados Unidos precisavam concluir o caso e o presidente Joe Biden também sinalizou que estava aberto para uma resolução.
O Departamento de Justiça dos EUA aceitou o acordo sem tempo adicional de prisão pelo fato de que Assange já havia cumprido mais tempo de cárcere no Reino Unido do que do que os cinco anos de detenção a que foram submetidos outros acusados de crimes semelhantes.
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