Publicação da Metropoles gerou mandados de busca e apreensão pela PF contra empresários envolvidos
Foto: Reprodução / Instagram
A reportagem do portal Metrópoles que revelou a existência de um grupo de WhatsApp de empresários bolsonaristas na qual houve defesa de golpe caso o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencesse as eleições daquele ano foi excluída por ordem da Justiça de Santa Catarina em ação ajuizada pelo empresário Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e um dos membros presentes no grupo.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, a decisão, assinada no dia 5 de junho pelo juiz Gilberto Gomes de Oliveira Júnior, da 1ª Vara Cível de Brusque, condena ainda o portal e o colunista Guilherme Amado ao pagamento de R$ 5.000 por danos morais. O juiz afirmou ainda que Hang “foi lesado quando foi ofendido em sua honra” ao atribuírem ao empresário a prática de ato antidemocrático. E complementou afirmando que “os comentários foram abusivos e totalmente deliberados”.
“Embora a liberdade de opinião e de expressão seja protegida, o mesmo não acontece quando a informação não é verdadeira ou quando há excesso no emprego das palavras.” completou. Em nota publicada no site do Metrópoles, o portal afirma que recorrerá a decisão.
A matéria, publicada em agosto de 2022, resultou em mandados de busca e apreensão pela Polícia Federal contra os empresários após autorização do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). O grupo, nomeado de “Empresários & Política”, contava para além de Hang, dono da Havan, com os empresários José Isaac Peres (Multiplan), Ivan Wrobel (W3 Engenharia), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Sierra), Marco Aurélio Raimundo (Mormaii) e Afrânio Bandeira (Coco Bambu).
À época a decisão de autorizar buscas gerou atritos entre o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o Judiciário. Além das buscas, Moraes determinou que os empresários fossem ouvidos pela PF e pediu ainda o bloqueio de suas respectivas redes sociais. A operação irritou o ex-procurador-geral da República Augusto Aras e gerou questionamentos de advogados.
Numa das mensagens André Tissot afirma que o golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. “[Em] 2019 teríamos ganhado outros dez anos a mais”, afirmou.
Já o emprésario José Koury dizia preferir um golpe à volta do PT e que “ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil” caso o país virasse uma ditadura.
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