Por Idiana Tomazelli | Folhapress
A secretária nacional de Planejamento, Leany Lemos, pediu demissão e vai deixar o posto que ocupa no Ministério do Planejamento, na primeira baixa de peso no time da ministra Simone Tebet.
A decisão foi acertada com a ministra ainda em dezembro de 2023, após a conclusão e aprovação do PPA (Plano Plurianual) 2024-2027 no Congresso.
O projeto era a principal tarefa de Lemos à frente da secretaria. Desde então, ela vem conduzindo um processo de transição.
"Cumpri minha missão com a elaboração e aprovação do PPA, foram lançadas as agendas transversais, o livro que registra o processo inovador e participativo. Agora, sigo para outros desafios", disse Lemos à reportagem.
Para sucedê-la no cargo, está cotada Virgínia de Angelis Oliveira de Paula, hoje secretária-adjunta de Planejamento. A decisão final será de Tebet.
Lemos foi anunciada no cargo em 11 de janeiro de 2023, com outros quatro secretários que lideram as áreas centrais do Ministério do Planejamento e que continuam no cargo até hoje.
Antes, ela já havia sido secretária de Planejamento do Distrito Federal e do Rio Grande do Sul.
No governo federal, ela trabalhou na elaboração do PPA após a recriação do Ministério do Planejamento, que havia sido extinto no governo Jair Bolsonaro (PL).
O documento sintetiza o planejamento do governo para os próximos quatro anos, com a definição de objetivos e metas a serem monitorados a partir de indicadores nacionais e específicos para cada área.
O plano aprovado inclui investimentos do Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), os gastos com saúde e educação, o combate à fome e o enfrentamento da emergência climática entre as prioridades.
Na terça-feira (2), a pasta lançou um livro que retrata o processo de elaboração do plano.
Embora seja a primeira baixa no time de secretários anunciado logo no início da gestão de Tebet, outras trocas já ocorreram no Ministério do Planejamento.
Em outubro do ano passado, o então secretário de Articulação Institucional, José Antônio Silva Parente, deixou o cargo por motivos pessoais. Em seu lugar assumiu João Villaverde. Houve ainda a saída do secretário-adjunto de Orçamento Federal, Daniel Couri, substituído por Clayton Montes.
Servidora de carreira do Senado, Lemos deve retornar à sua Casa de origem em um primeiro momento, embora haja sondagens de consultorias para trabalhar no setor privado.
A Comissão de Ética Pública da Presidência da República já sinalizou que a atuação em consultorias para o terceiro setor ou para órgãos da administração pública não devem representar conflito de interesse após sua saída do cargo, com possibilidade de dispensa de quarentena.
Lemos é cientista política, com mestrado e doutorado pela UnB (Universidade de Brasília) e pós-doutorado pelas Universidades de Oxford e Princeton.
Ela foi secretária de Planejamento do Rio Grande do Sul entre janeiro de 2019 e junho de 2020, no primeiro mandato de Eduardo Leite (PSDB).
Nesse período, comandou o Comitê de Análise de Dados, que integrava o comitê de crise instituído pelo tucano durante a pandemia de Covid-19.
Por indicação de Leite, ela ocupou a presidência do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) a partir de dezembro de 2020, tendo sido a primeira mulher a assumir o posto.
Antes, ela foi secretária de Planejamento do Distrito Federal, durante o governo de Rodrigo Rollemberg (PSB).
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