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sexta-feira, 5 de abril de 2024

Preso injustamente prova inocência em morte da mulher e é solto após 2 anos

Depois de ser preso, acusado de matar sua mulher, Flávio conseguiu provar sua inocência, foi solto e vai processar o Estado  
Foto: TV Globo.
Reviravolta para o bem! Depois de ficar preso por 2 anos e 5 meses, esse rapaz conseguiu provar sua inocência na morte da mulher e foi solto. Por Vitor Guerra / SNB

Fernanda Araújo, esposa de Flávio Matheus, morreu em decorrência de epilepsia refratária, doença que pode causar mal súbito. Como ela tinha escoriações no pescoço, o marido, que é corretor de seguros, começou a ser investigado como o executor de um possível estrangulamento. Com informações de G1

Em júri popular, ele foi condenado e preso. Flávio conseguiu recorrer e contou com a ajuda da Defensoria Pública para reabrir o caso e provar sua inocência. Agora ele vai processar o Estado.

Morte da esposa
Em novembro de 2009, Flávio acordou e encontrou sua mulher morta.

“Já estava com os lábios roxos, muito gelada, quando entrei em desespero, comecei a gritar, a vizinhança, começou a chegar gente na minha casa, e eu desesperado, não sabia o que fazer”, disse ao G1.

No laudo do Instituto Médico Legal (IML), a causa da morte era “asfixia mecânica” – estrangulamento.

Flávio procurou uma delegacia para registrar o falecimento da esposa e, meses depois, foi chamado para prestar depoimento como suspeito.

As lesões no pescoço da vítima tornaram o homem o principal suspeito.

“Eu comecei a responder, mesmo assustado, mesmo sem entender o porquê daquelas perguntas, eu fui respondendo todas elas porque eu não tinha nada a esconder. Perguntei ao final por que ele estava me fazendo aquelas perguntas. Ele respondeu: você está sendo acusado de matar sua esposa.”

Condenado erroneamente
Ao final da investigação, Flávio foi a júri popular como responsável pelo crime.

A linha de defesa escolhida pelo advogado era que o rapaz não estava em casa quando Fernanda morreu.

No mesmo dia, a mulher havia sofrido várias crises de convulsões. Uma delas foi dentro da piscina, o que causou as escoriações no pescoço.

Mas não teve jeito, Flávio foi condenado com pena de 17 anos. Em 2021, ele foi preso.

Na cadeia, o rapaz sofreu muito. Ele conta que passou fome, frio, calor e perdeu 12 quilos.

Provando inocência
Mas ele recorreu e os defensores públicos perceberam algo curioso. No laudo da morte da mulher, não era mencionada a doença que ela tinha.

“A epilepsia refratária são todas as formas de epilepsia que não respondem ao tratamento medicamentoso. Ela provoca crises que não têm controle e é uma causa frequente de morte súbita, de traumatismos, danos e fraturas”, disse o neurocientista Ricardo de Oliveira, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino.

Um novo laudo produzido pelo perito Nelson Massini explicou as lesões sofridas pela mulher e auxiliou a mudança da decisão.

Com um novo laudo, a Defensoria Pública pediu a reabertura para uma revisão criminal.

“A lei permite diante de fatos novos, de uma prova nova, ingressar com uma revisão criminal. É mais uma oportunidade de se demonstrar a realidade dos fatos”, disse o defensor público Antônio José Sampaio Santos.

Em dezembro, a notícia boa finalmente veio e ele saiu da prisão.

“Eu fiquei esperando e finalmente aparece aquele carro do defensor, e ele sai com um sorriso, me abraça e fala: ‘Flávio, finalmente acabou’. Eu estava doido para sair daquele lugar, doido para ir embora, doido para tomar um banho”, disse Flávio emocionado.

A saga de injustiça de Flávio, finalmente acabava ali.

Vai processar o Estado
Agora o homem está enfrentando um outro desafio: recomeçar.

O rapaz está procurando emprego e vai entrar com um pedido de indenização contra o Estado.

“Eu fui tentar fazer um cadastro pra trabalhar como motorista de app, e a foto, sem nenhum pudor, que eles colocam é ‘perfil negado por motivos de antecedentes criminais com o seu CPF (…) provei a minha inocência, saí com a minha cabeça erguida da mesma maneira que entrei, saí com a minha cabeça erguida, provando a minha inocência, mas ainda assim, não consigo trabalhar em nenhum lugar porque eles olham como uma pessoa que passou pelo cárcere, uma pessoa condenada”, lamentou.

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