De acordo com os pesquisadores, o momento atual exige superar os preconceitos para que as investigações avancem
Foto: Assessoria/D’Or
O IX Congresso Internacional de Oncologia D’Or, que está sendo realizado no Rio de Janeiro, entre os dias 12 e 13 de abril, discute opções promissoras de tratamento contra o câncer. O uso da cannabis e a ketamina aparecem como sugestões para tratar pacientes oncológicos com dor crônica, substituindo ou complementando abordagens com morfina.
“Os extratos de cannabis se mostraram extremamente eficazes no manejo dos sintomas da dor e de outros desconfortos apontados pelos pacientes oncológicos, como a fadiga e a perda do apetite”, apontou o geriatra Felipe Gusman, chefe dos cuidados paliativos do Hospital Copa Star, um dos palestrantes do evento.
O corpo humano possui um sistema de receptores chamados endocanabinoides, que se ligam ao CBD e ao THC presentes na maconha. Ao entrar em contato com as substâncias, o organismo sente um efeito semelhante ao da endorfina. A aceitação do canabidiol na medicina é cada vez maior e, agora, os especialistas defendem a realização de testes com o THC e as outras substâncias da cannabis.
“Algumas pesquisas mostraram que doses puras de CBD não foram de grande eficácia para o tratamento da dor. O extrato da maconha, com pequenas doses também do THC e de outros produtos da planta, como o CBG, o canabigerol, apresentaram resultados mais benéficos”, explicou Gusman.
De acordo com os pesquisadores, o momento atual exige superar os preconceitos para que as investigações avancem. O médico destaca, no entanto, que é preciso ajustar as expectativas, pois a cannabis não funcionará como uma “bala de prata”, eliminando a dor de todos os pacientes com câncer. “Como todo remédio, é preciso ter cuidado na prescrição, especialmente monitorando os níveis de THC neste caso.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário