A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14 deste mês e expôs o governo de Lula (PT) a uma crise
Foto: Divulgação/Ministério da Justiça
Após duas semanas da fuga da penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, nenhum dos dois fugitivos foi localizado. Desde então, já foram cinco pessoas presas ao longo das investigações da fuga dos dois detentos.
Os fugitivos são Rogério da Silva Mendonça, 36, conhecido como Tatu; e Deibson Cabral Nascimento, 34, chamado de Deisinho. Segundo as investigações, eles são ligados à facção criminosa Comando Vermelho.
Os dois detentos haviam sido transferidos do Acre para o presídio em Mossoró, cidade localizada a 281 quilômetros de Natal (RN), após uma rebelião que deixou cinco pessoas mortas em julho do ano passado.
A fuga, fato inédito em presídios federais, ocorreu na madrugada do dia 14 deste mês e expôs o governo de Lula (PT) a uma crise justamente em um tema explorado por adversários políticos, a segurança pública.
Os investigadores identificaram que os dois fugitivos usaram uma barra de ferro, retirada da estrutura da própria cela, para escavar um buraco no vão da luminária. Com a abertura do espaço, os presos conseguiram escapar.
Os detentos teriam conseguido a barra de ferro, de cerca de 50 centímetros, descascando parte da cela que já estava comprometida, devido a infiltração e falta de manutenção. Com o buraco na luminária, os dois chegaram ao local da manutenção do presídio, onde estão máquinas, tubulações e toda a fiação.
Os fugitivos encontraram ferramentas que estavam sendo usadas na reforma do presídio. Com um alicate para cortar arame, conseguiram passar pela grade que impedia o acesso ao lado externo do presídio.
A polícia trabalha com a hipótese de que os fugitivos receberam ajuda após sair do presídio. Dois dos detidos foram presos em flagrante com armas e drogas, enquanto um terceiro tinha um mandado de prisão em seu nome e foi preso pela Polícia Federal em Quixabeirinha, em Mossoró. As primeiras três prisões ocorreram entre quarta-feira (21) e quinta-feira (22).
Cerca de 600 policiais foram envolvidos nas operações, incluindo cem integrantes da Força Nacional. Helicópteros e drones foram usados nas buscas. Investigadores acreditam que os fugitivos ainda estejam no Rio Grande do Norte, as buscas se concentram na divisa do estado com o Ceará.
A área de ação envolve cavernas e matas, locais com grande incidência de animais peçonhentos e chuvas frequentes, o que tem desafiado as equipes. A região de Mossoró conta com mais de 300 cavernas e grutas mapeadas, que podem acomodar apenas uma pessoa e até serem aptas a ampla exploração.
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