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terça-feira, 5 de dezembro de 2023

‘Sobrevivente da criminalidade’, brasileira de 18 passa em Medicina sem internet

Moradora do Acre, Thainá Araújo Barros não teve contato com o pai e foi criada pelos avós na periferia de Rio Branco. A brasileira passou em Medicina sem ter dinheiro nem internet para estudar em casa 
Foto: arquivo pessoal
Uma jovem brasileira de 18 anos está realizando o sonho de cursar Medicina na Universidade Federal do Acre (Ufac), apesar de todas as dificuldades que enfrentou, como falta de dinheiro e internet para estudar em casa. Por Rinaldo de Oliveira / SNB

Moradora do Acre, Thainá Araújo Barros não teve contato com o pai e foi criada pelos avós na periferia de Rio Branco, no bairro Taquari, região conhecida pela criminalidade

“O meu avô foi zelador do Mercado Seis de Agosto e, atualmente, é aposentado. E a minha avó nunca teve atividade trabalhistas por questões de saúde […] Toda a minha infância foi voltada em hospitais. Eu adoeci muito quando criança e acho que a vontade de me tornar médica vem daí”, contou Thainá Araújo Barros.

Determinação e dedicação
Thainá sempre estudou em escola pública e lembra que durante a pandemia não tinha internet nem computador em casa e teve que superar as adversidades para aprender os conteúdos.

“Na pandemia, eu não tinha acesso a wifi e também não tinha computador, e para piorar o meu celular não pegava muito bem. Então, fazer meu ensino médio no online, que foram dois anos, foi bastante desafiador. Tive muita dificuldade, inclusive, dificuldades financeiras”, lembrou a estudante.

Oportunidade que ajudou muito
“Eu sabia que para mudar de realidade e conseguir sair de uma realidade que, infelizmente, é muito triste, eu teria que fazer algo diferente, teria que me esforçar dez vezes mais que o observado em outras pessoas”, disse.

E a dedicação da menina nos estudos chamou a atenção de uma professora que indicou a jovem para estudar no Colégio Acreano.

“Uma professora me deu a oportunidade de estudar no Colégio Acreano e de lá fui apresentada ao Instituto Federal do Acre [Ifac], onde cursei todo o ensino médio”.

Cursinho online para tentar Medicina
Sem dinheiro para pagar um pré-Enem presencial, Thainá apostou em um cursinho online que dividia com outra pessoa.

“No meu 3° ano do ensino médio, eu não tinha condições de fazer um cursinho presencial, era bolsista do Ifac e me mantinha com R$ 400. Daí comecei a dividir um cursinho online, mas eu sempre estava tão lisa de dinheiro, que a pessoa acabava pagando e nem me cobrava. E eu fui estudando apenas com conteúdos online e os professores do Ifac, que foram fundamentais”.

Dia todo estudando
Para se preparar para o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], a estudante saia de casa às 5h40 e chegava às 7h da noite.

‘Eu pegava os horários contraturno e ficava estudando, pois eu sabia que era uma prova difícil e o meu ensino teve muitas lacunas. Então, eu sabia que tinha que me esforçar um pouco mais”, conta.

Coração transbordando de alegria
Thainá chegou a passar no curso de Direito, também na Universidade Federal do Acre, cursou o primeiro período e em outubro deste ano realizou o sonho de criança de e começou a fazer Medicina. Leia mais no sonoticiaboa

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