Por Ana Clara Pires
Foto: Reprodução / Instagram
A chef de cozinha e comunicadora Lili Almeida denunciou em seu Instagram, nesta quarta-feira (26), uma violência que sofreu da polícia ao voltar para casa no final da noite no mês de junho. “Aconteceu uma coisa bem ruim comigo no último mês. Eu ainda não consegui dividir aqui com vocês, mas vou falar aqui porque entendo que é importante eu falar essas coisas”, começou. Via Bahia Noticias
“Eu passei por uma abordagem policial violenta aqui em Salvador e eu fiquei bem mal com isso. Estou mal até hoje, reparei que ontem quando eu estava na rua uma viatura passou do lado do carro que eu estava e na mesma hora eu tranquei minha mão”, prosseguiu a chef.
Ela continuou alertando para que um amigo dela não fizesse brincadeiras com a polícia porque ela já tinha algumas opiniões contrárias ao posicionamento da polícia e depois desta situação ficou traumatizada. “Depois do que aconteceu, ficar fazendo brincadeira com a polícia na minha frente está me machucando muito”.
“Me vi numa situação com uma arma apontada para a minha cabeça e isso é totalmente desnecessário porque além de eu estar do lado da minha casa, eu estava com a minha filha, ela chorava muito, soluçando, e eu sou trabalhadora. Eu fiquei muito triste quando percebi que ele estava me tratando daquele jeito porque eu era negra”, apontou.
Em seguida, ela contou que mora em um bairro de “boy”, um bairro classe média, e argumentou que se uma mulher branca tivesse descido do carro ao invés dela, o tratamento seria completamente diferente.
“Eu não estava fazendo nada, nada mesmo. Eu peguei minha filha no aeroporto, pedi um uber para voltar para casa, minha casa fica a 10 minutos do aeroporto. Quando estava passando na pista, já para virar na entrada de casa, tinha uma viatura parada em um lugar escuro. A viatura já embicou com o carro, eu nem vi, estava de cabeça baixa. Estava só minha janela aberta, quando eu olhei para o lado, ele já estava com a arma na minha cabeça. Eu disse: ‘Estou com criança aqui’, ele olhou para mim e disse: ‘Criança é uma desgraça’, só por aí vocês percebem”, contou.
Ela também confidenciou que ele xingou ela. “Me chamou de vagabunda, me chamou de desgraça, isso tudo com a arma na minha cabeça. Ele até mandou eu abaixar o braço, mas eu me recusei, para eu abaixar o braço e ele dizer que estou fazendo um movimento brusco é daqui para ali”.
A comunicadora revelou que quando o policial percebeu que ela estava assustada a questionou e ela disse que se assustou com a situação repentina. “Ele perguntou como eu poderia estar assustada se ele estava lá para me proteger, aí ele falou: ‘ Assustada você vai ficar se eu der um tiro em você e em sua filha’”.
Por fim, ela declarou que algumas pessoas reclamam quando ela critica a polícia, mas que ela precisa fazer essas declarações porque a polícia é desequilibrada e despreparada.
"Não adianta você ter estudo, não adianta você ter dinheiro, não adianta você ser famoso, não adianta nada, se você for preto no Brasil, você está em risco o tempo todo, a parada está no meio da sua testa. Se você for preto no Brasil está com um alvo na testa, e um alvo no meio das costas", finalizou.
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