Por Folhapress
Foto: Reprodução / Freepik

De acordo com Akhtar Hayat Gandapur, inspetor-geral da polícia na província próxima à fronteira com o Afeganistão, um membro do partido Jamiat Ulema-e-Islam (JUI-F), conhecido por elos com o islamismo radical na área de Bajaur, deveria discursar no local, "mas antes de ele chegar uma explosão aconteceu".
A sigla, que realizava o evento na cidade de Khar, como parte da campanha para as eleições no final do ano, acabou sendo alvo de um ataque suicida a bomba, ainda segundo Hayat à agência Reuters.
A maioria dos feridos foi levada a hospitais de Bajaur e áreas adjacentes, e os pacientes em estado grave foram transferidos para centros médicos na capital da província, Peshawar, por helicópteros militares.
"A tenda desabou [após a explosão], prendendo pessoas que tentavam escapar", disse Abdullah Khan, uma das testemunhas do ataque. "Havia confusão total, restos mortais e cadáveres espalhados."
O Paquistão tem observado um ressurgimento de ataques de militantes islâmicos desde o ano passado, quando um cessar-fogo entre o grupo Tehreek-e-Taliban Pakistan (TTP) e Islamabad foi rompido. No entanto, a maioria dos ataques recentes tem sido direcionada a forças de segurança.
O TTP, conhecido como o Talibã paquistanês, tem vínculos, mas não faz parte do mesmo grupo que retomou o poder no Afeganistão em 2021. Formada por radicais que querem substituir o atual governo por um regime islâmico linha-dura no Paquistão, a organização tem feito ataques cada vez mais constantes.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do ataque, mas o braço local do Estado Islâmico (EI) realizou ações recentes contra o JUI-F. No ano passado, o EI afirmou estar por trás de ataques contra estudiosos religiosos filiados à sigla, que possui uma rede de mesquitas e madrassas no norte e no oeste do país.
Os ataques se concentram nas regiões que fazem fronteira com o Afeganistão, e Islamabad, inclusive, diz que algumas das ofensivas são planejadas em território afegão, o que Cabul nega.
O atual premiê paquistanês, Shehbaz Sharif, condenou a explosão deste domingo, chamando-a de ataque ao processo democrático, e prometeu que os responsáveis serão punidos. A embaixada dos Estados Unidos em Islamabad e o ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan também repudiaram a ação.
Além de enfrentar um agravamento da situação de segurança desde que o Talibã retomou o poder no Afeganistão, o país lida com inflação e desemprego, que vêm se avolumando e podem ter levado cerca de 350 migrantes paquistaneses a morrer em um barco que naufragou em junho, em águas gregas.
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