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domingo, 5 de março de 2023

Sérgio Cabral admite caixa 2, mas nega superfaturamento de obras no Rio de Janeiro

Foto: Reprodução / Metrópoles
O ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, deu sua primeira entrevista após seis anos e um mês preso. Ao Metrópoles – parceiro do Bahia Notícias – o ex-emedebista admitiu ter se utilizado de recursos ilícitos para campanha eleitoral, mas negou que tenha praticado superfaturamento de obras.

“Eu nunca superfaturei. Quero dizer aqui para as câmeras que eu nunca superfaturei. Os próprios delatores da Odebrecht, da Andrade Gutierrez, da Carioca Engenharia… Quem resolveu falar nunca disse que eu superfaturei”, afirmou Cabral.

“Agora, houve, sim, recursos usados indevidamente por mim, eu reconheço, para as campanhas eleitorais e sobras de campanha”, reconheceu o ex-governador do Rio.

Durante a entrevista, Cabral também revelou se sentir magoado com o atual prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD). De acordo com o ex-governador, o antigo amigo o teria abandonado quando se iniciaram as acusações contra ele.

“O Eduardo credita a derrota na eleição àquele depoimento do ex-secretário de obras dele às vésperas da votação. Certamente colaborou, mas não foi decisivo. Falo como jornalista e como analista político: a razão para o Eduardo ter perdido aquela eleição foi porque ele deixou de construir uma história que podia ser mais verdadeira em relação a mim. Quando ele fala: ‘O Sérgio era um personagem que eu me relacionava, assim como outros personagens, como o Dornelles e o Pezão’. Isso não é verdade. Ele é um amigo fraterno meu. A Cris era uma amiga minha. Isso me magoou”, lamentou.

Cabral também aproveitou para elogiar o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem chamou de “o maior presidente da história do Brasil”.

“Acho que o Brasil tomou a decisão mais correta, independentemente do que ele for fazer. A institucionalidade do país voltou para onde nós estávamos”, disse Cabral.

Ele também avaliou que o impeachment de Dilma Rousseff (PT) não foi um golpe de estado, mas “um processo legítimo, democrático e votado”.

“Acho que a presidenta gerou uma tensão desnecessária no país. E a questão fiscal, apontada pela razão do impeachment, foi apenas um pretexto para um ambiente político completamente degradado. O presidente da Câmara, o Eduardo Cunha, era uma pessoa muito difícil e ela também era muito difícil. Era o chefe de um Poder e o outro chefe de Poder batendo o bico o tempo inteiro”, comentou.

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