"Se não tivesse acontecido nada de anormal como aconteceu, ele provavelmente estaria aqui comigo hoje", disse em depoimento.
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), afirmou em depoimento ao Ministério Público, que Fabrício Queiroz continuaria como seu assessor, caso “não tivesse acontecido nada de anormal”.
Os novos trechos do depoimento prestado no último dia 20 de julho foram divulgados pelo jornal ‘O Globo’ e pela TV Globo no último sábado (1). Queiroz, que foi detido em junho, está sendo investigado na Operação Furna da Onça, que foca na prática de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).
“Expectativa era que ele viesse comigo mesmo. Sempre foi uma pessoa da minha confiança. Então, se não tivesse acontecido nada de anormal como aconteceu, ele provavelmente estaria aqui comigo hoje. Então foi assim as coisas foram acontecendo nesse cronograma, e, quando explodiu essa situação dele em dezembro, no dia 6 de dezembro, obviamente que não tinha mais clima ele vir trabalhar comigo”, disse Flávio Bolsonaro. O MP investiga se houve vazamento da operação e por isso Queiroz foi demitido do gabinete de Flávio Bolsonaro.
O filho do presidente nega ter recebido qualquer informação vazada, porém Flávio participou de uma reunião no dia 6 de dezembro na casa do empresário Paulo Marinho, dias depois da divulgação o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) que identificou movimentações atípicas de Fabrício Queiroz.
“Quando ele [Queiroz] pediu para sair ele falou pra mim duas coisas: ‘chefe, eu vou, eu tenho que fazer meu processo de passagem para a reserva da polícia militar’. Ele parece que tinha […], quando estava à disposição na assembleia, ele tinha que retornar à corporação. Aí ele aproveitava pra cuidar da saúde dele”, disse Flavio Bolsonaro durante depoimento.
O senador disse que procurava um advogado para ele e não para Queiroz. O empresário Paulo Marinho é o suplente de Flávio Bolsonaro no Senado. A GloboNews também teve acesso a um depoimento desse mesmo inquérito, o de Valdenice Meliga, uma ex-assessora de Flávio Bolsonaro, também na Alerj.
No depoimento do dia 28 de maio, a ex-assessora negou que tenha tido conhecimento da operação com antecedência. “Não tive encontro nenhum. É de uma irresponsabilidade do Paulo Marinho ter me colocado e os outros. Eu não tive encontro nenhum”, afirmou.
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