O procurador-geral da República, Augusto Aras, e procuradores a favor da Lava Jato tiveram um bate-boca durante sessão desta sexta-feira (31) do Conselho Superior do MPF (Ministério Público Federal). Segundo o Correio Braziliense, o início da discussão ocorreu quando o subprocurador Nicolao pediu o uso da palavra para ler uma manifestação elaborada por ele em conjunto com outros subprocuradores com críticas à Procuradoria-Geral da República, quando foi interrompido por Aras.
“Vossa excelência, com o peso da autoridade do cargo que exerce, e evocando o pretexto corrigir rumos ante a supostos desvios das forças-tarefas, fez graves afirmações em relação ao funcionamento do Ministério Público Federal em debate com advogados”, disse Dino. Augusto Aras o interrompeu, afirmando que a sessão foi convocada para discutir orçamento, e que a manifestação deveria ser feita depois da sessão. Os dois começaram a discutir, e Aras afirmou: “Isso aqui não será um palco político de vossa excelência e de ninguém”.
Em resposta, o subprocurador disse que o PGR cerceava o direito de manifestação do membro do conselho. Aras reiterou que não iria aceitar e disse que iria assegurar a Dino o direito de se manifestar, mas após a discussão e votação do orçamento. “Após a sessão do orçamento, vossa excelência terá a palavra e eu irei replicar os pretextos de vossa excelência e o farei com documento de que disponho em mãos para acabar com qualquer dúvida acerca dos fatos”, afirmou, ao que Dino respondeu:
“Terei o prazer de ouvir vossa excelência como sempre tive, e debater com vossa excelência. Mas o regimento interno me assegura a palavra no início da sessão”. Aras, então, falou: “Não aceitaria ato político em uma sessão de orçamento. Após a sessão, teremos a sessão ordinária, e vossa excelência poderá falar à vontade”. Ainda segundo o jornal, na última terça-feira (28) em uma transmissão ao vivo com advogados, Aras fez duras críticas à Lava-Jato, afirmando que "é hora de corrigir os rumos para que lavajatismo não perdure".
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