Só Notícia Boa
Cientistas italianos conseguiram devolver a visão a ratos cegos, sem cirurgia, com uma prótese artificial baseada em nanopartículas que podem ser facilmente injetadas no olho.
O estudo, publicado na revista científica Nature, demonstrou que a aplicação do material permitiu que os ratos cegos tivessem a visão restaurada por 8 meses, período significativo da vida do animal.
“No modelo que estudamos, as nanopartículas estimularam a ativação dependente da luz dos neurônios internos da retina, recuperando respostas visuais sem inflamação da retina”, disse o professor Mattia Bramini, do Instituto Italiano de Tecnologia.
Ele disse que a descoberta abre um novo caminho para restaurar a visão.
“Dado que eles atingiram a sensibilidade à luz após uma única injeção e com potencial para alta resolução espacial, as nanopartículas fornecem um novo caminho a seguir nas próteses da retina, com aplicações potenciais não apenas no caso da retinite pigmentosa, mas também na degeneração macular relacionada à idade”, afirmou.
Como
Os pesquisadores demonstraram que as nanopartículas de polímero podem mediar a estimulação evocada pela luz nos neurônios da retina e recuperar consistentemente as funções visuais.
Para alcançar este resultado, as nanopartículas foram injetadas por baixo da retina dos animais que sofriam de retinite pigmentosa.
Quando microinjetadas nos olhos dos ratos cegos, as nanopartículas se espalharam ampla e consistentemente por todo o espaço abaixo da retina, sem reações inflamatórias significativas.
Após uma única injeção, as nanopartículas recuperaram o comportamento fisiológico da retina à luz e também a atividade do córtex visual e da acuidade visual, ao mesmo nível dos de ratos saudáveis.
Este efeito durou até 8 meses – um rato de laboratório pode viver até quatro anos.
“Além disso, as nanopartículas medem 300 nanômetros de diâmetro, o que lhes permite permanecer extracelulares aos neurônios, mantendo alta biocompatibilidade,” explicou Bramini.
A descoberta pretende tratar condições como as distrofias hereditárias da retina e a degeneração macular relacionada à idade, que estão entre as causas mais comuns de cegueira e que têm sido muito difíceis de resolver.
As próteses retinianas mais modernas têm sido desenvolvidas para estimular a rede retiniana, mas a falta de sensibilidade, a baixa resolução e a necessidade de fiação ou câmeras externas limitam bastante sua aplicação.
Uma das principais vantagens da nova solução é a maior resolução espacial que as nanopartículas oferecem em comparação com as próteses bidimensionais existentes. Com informações do Diário da Saúde
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