por Ulisses Gama
A Procuradoria Geral do Estado (PGE) tomou conhecimento e iniciou na última quinta-feira (30) a análise o caso dos testes excedentes de Covid-19 que foram pagos pelo Bahia a um laboratório particular e executados pelo Lacen, como se tivessem sido realizados em uma Unidade de Pronto Atendimento (saiba mais aqui). Inicialmente, a dinâmica do caso e os funcionários na linha do problema estão sendo levantados para que o inquérito se aprofunde.
Ao Bahia Notícias, o assessor especial da PGE, procurador Ruy Sérgio Deiró da Paixão, explicou que os agentes foram demandados pela Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) e que buscam pelo ressarcimento dos valores pagos e a responsabilização dos fraudadores.
"A PGE foi demandada pela Sesab a proceder à análise, diagnóstico e providências acerca dos fatos envolvendo o encaminhamento de material para exames laboratoriais, como se oriundos de uma unidade do SUS, quando, na realidade, procediam de empresa privada. A defesa do interesse público reclama duas linhas de atuação, as saber: o ressarcimento ao Erário e a responsabilização de quem, porventura, tenha agido em desconformidade com a lei. Os fatos estão sob apuração, mas, até aqui, tudo o que se levantou indica que o Estado foi vítima de um grupo mal intencionado, do qual não integra nenhum servidor público. Não é possível, no entanto, fornecer maiores informações, para que não haja prejuízo às investigações, nem acusações precipitadas", disse.
O BN trouxe a informação na última quinta de que o clube contratou o laboratório Nossa Senhora de Fátima, de Candeias, indicado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), para fazer os exames excedentes do grupo, já que a entidade máxima do futebol nacional se responsabiliza por 26 testes. Vale lembrar que cerca de 40 jogadores formam o elenco (relembre aqui).
Após desconhecer a procedência dos laudos, o clube entrou em contato com a Sesab para esclarecer a situação e ficou comprovada a fraude. Mesmo não tendo responsabilidade sobre o ocorrido, o Bahia se prontificou a pagar pela execução dos exames.
O Instituto 2 de Julho (I2J), organização social que administra a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Santo Antônio, no bairro de Roma, negou em nota enviada ao BN que algum membro do Bahia esteve presente no local (veja aqui).
"Antes de mais nada, é imperioso registrar que nunca houve autorização nem foi de conhecimento do I2J a realização dos testes em questão na unidade. Cabe ressaltar, ainda, que, em nenhum momento, qualquer membro do Esporte Clube Bahia (ECB) compareceu à Upa Santo Antônio", diz o comunicado.
"Nossa organização social terceiriza os serviços do laboratório Nossa Senhora de Fátima, empresa que também foi contratada para prestar serviços comerciais privados ao clube de futebol. Lamentavelmente, ela fez uso ilícito de senha compartilhada do Instituto 2 de Julho, enviando a análise dos diagnósticos para o Laboratório Central de Saúde Pública do Estado (Lacen) como se fossem coletas realizadas na UPA Santo Antônio", acrescenta.
BAHIA NOTIFICOU CBF
O Bahia Notícias apurou que depois de tomar conhecimento da fraude, a diretoria do Esporte Clube Bahia entrou em contato com a CBF para notificar a situação e descadastrar o laboratório. Vale ressaltar que, em seus próprios testes, realizados semanalmente no CT Evaristo de Macedo, o Bahia tem parceria com o laboratório LPC, de Salvador.
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