Colaboradores Yahoo Notícias
Brazilian President Jair Bolsonaro (L) and his Minister of Justice and Public Security Sergio Moro arrive for the launching ceremony of the Front Brazil Project, which aims at reducing the rates of violence in cities, at Planalto Palace in Brasilia, on August 29, 2019.
Sergio Moro, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, manifestou pela primeira vez apoio a atos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-juiz federal deixou o governo acusando o chefe do Executivo de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal.
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, Moro afirmou sempre ter apoiado “a democracia e o Estado de Direito”, disse que os protestos são uma resposta aos “arroubos autoritários” de Bolsonaro e que o PT age como o presidente, que nega a pandemia do novo coronavírus, ao negar os crimes que cometeu na Presidência.
“Sempre apoiei a democracia e o Estado de Direito. Minha saída do governo se insere nessa defesa. Democracia e Estado de Direito têm muito mais que 70%, quase 100%. Há uma anomalia estar discutindo essas questões”, declarou o ex-ministro. “Vejo esses manifestos com naturalidade, como reação às declarações que não têm sido felizes por parte do presidente, esses arroubos autoritários. Estamos discutindo temas da Guerra Fria, não deveríamos”, avaliou.
Moro desconversou sobre participar de atos contra Bolsonaro: “É uma questão em aberto. Minhas posições sempre foram muito favoráveis à democracia e ao Estado de Direito, e assim tenho me manifestado publicamente”.
Entre os “arroubos autoritários”, o ex-juiz federal cita a invocação às Forças Armadas: “Quando o presidente fica invocando, de maneira imprópria para defender posições políticas, isso gera nas pessoas receio, temor. Isso é um blefe? Ou alguma coisa real? Deveria ser evitado”.
Moro afirmou que não tem “nenhum problema pessoal” com o ex-presidente Lula, que decidiu não aderir aos movimentos, e comparou o PT não reconhece os erros enquanto esteve no poder ao governo Bolsonaro, que não reconhece a ciência e o avanço da pandemia de coronavírus.
“O que acho em relação ao PT, independentemente de manifesto, o que seria melhor eles fazerem, e isso foi colocado por determinadas vertentes do partido, é reconhecer seus erros. Melhor forma de você conseguir limpar seu caminho para o futuro é reconhecer os erros do passado. E a estratégia que eles adotam, negando os crimes que foram praticados durante a presidência do PT, durante o período que o partido tinha o controle sobre a Petrobras, junto a seus aliados, é mais ou menos o equivalente à postura do presidente da República, que nega a existência de uma pandemia no momento atual. Há um erro isso”, avalia.
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