Demorou 12 horas para o aposentado Manoel Marinho, de 70 anos, conseguir fazer a tomografia do tórax quando chegou ao CER Leblon, na Zona Sul do Rio, com intensa faltar de ar, na última segunda-feira. Mas a família, moradora do Caju, região central do Rio, não esperava que, depois disso, ele fosse ficar três dias sentado numa cadeira à espera de um leito.
Com forte suspeita de Covid-19, Manoel conseguiu um balão de oxigênio às 5h do dia seguinte. Porém, não havia sequer uma maca para o aposentado se deitar. Ele teve que ficar na cadeira ao lado de outros pacientes da unidade.
Além de lidar com a situação de colapso da rede pública que expôs o carpinteiro aposentado a esta situação, os filhos de Manoel, Karine e Uziel Silva, e a nora, Marilene da Silva, culpam a assistência do social da unidade médica pelo descaso e a falta de informação, que está gerando tanta angústia.
— Tem sido desumano. Ele é idoso, hipertenso, com Covid-19 e está sentado em cima de uma cadeira, sem a gente saber se está assistido ou não. Só pediram nosso telefone. Deve ser para entrar em contato quando ele falecer, como estão fazendo com muitos aqui — desabafa Karine.
Os familiares do aposentado encontraram uma forma de acompanhar o atendimento, mesmo que de longe, por uma janela do CER Leblon.
— Ele não está tomando banho e não sabemos se ele comendo. Não deixam a gente levar roupa ou material de higiene. Está um descaso muito grande, todos estamos tentando fazer alguma coisa e ninguém consegue nada — lamenta Marilene, nora de Manoel. Mais em https://blogdovalente.com.br/saude
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