Após 69 dias da declaração da pandemia do novo coronavírus (covid-19), a doença já atingiu 44 povos indígenas, de acordo com a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), que acompanha o avanço do vírus por meio do Comitê Nacional pela Vida e Memória Indígena, que já contabilizou 610 casos de infecção e 103 mortes.
O mais recente boletim epidemiológico da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), no entanto, indica que foram 402 casos confirmados e 23 óbitos. O relatório da secretaria, que é vinculada ao Ministério da Saúde, foi atualizado ao final da tarde da última segunda-feira (18) e também registra 151 casos suspeitos da doença.
Especialistas na causa indígena associam a diferença entre os dados da Apib e do Ministério da Saúde ao critério que vem sendo usado pelo governo, que exclui indígenas que vivem na zona urbana. Assim, alertam, somente os aldeados entram na conta oficial, o que distancia os números da realidade.
De acordo com a Abip, os povos indígenas em que já há circulação do novo coronavírus são: anacé, arapiun, apurinã, atikum, assurini, baniwa, baré, borari, dessana, fulni-ô, galiby kalinã, guarani mbya, guarani kaiowá, guajajara, xigkarayana, huni kuin, jenipapo kanidé, karitiana, kariri xocó, kaingang, karipuna, kokama, macuxi, mura, munduruku, pandareo zoro, pankararu, pankará, palikur, pipipã, pitaguary, potiguara, sateré maué, tabajara, tariano, tapeba, tembé, tikuna, tukano, tupinambá, tupiniquim, warao, xavante e yanomami.
O estado que concentra mais óbitos de indígenas por covid-19 é o Amazonas, que soma 78 casos, pela contagem da Apib. Empatados com sete casos cada, Pará e Pernambuco aparecem logo depois. Na sequência estão Ceará (quatro), Roraima (três), Alagoas (um), Amapá (um), Rio Grande do Norte (um) e São Paulo (um). Para os indígenas que estão em situação mais grave por conta da Covid-19 na Amazônia a transferência dos indígenas para a Manaus, local mais próximo com leitos de UTI, tem sido feita de avião.
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