Foto: Divulgação
Trabalhadores que estão nas refinarias e plataformas da Petrobrás estão sofrendo por causa da pandemia do novo coronavírus. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, são mais de 800 petroleiros próprios e terceirizados contaminados e ainda existem 1.612 casos em investigação. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O número, que supera casos de estados como Mato Grosso (365), Mato Grosso do Sul (283), e Tocantins (303), estão sendo analisados de perto pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
"A gente tem algumas investigações em andamento em relação às empresas afretadas (empresas contratadas pela estatal para operar as plataformas) para que elas apliquem os mesmos procedimentos adotados pela estatal. Se a gente não conseguir, numa eventual ação judicial, a Petrobrás também tem de ser responsabilizada, porque ela é a concessionária (do campo)", disse a coordenadora nacional do Trabalho Portuário e Aquaviário do MPT, Flávia Baule.
A aglomeração e o confinamento do trabalho nas plataformas de petróleo, naturalmente, facilitam a disseminação da covid-19 entre os trabalhadores, de acordo com especialistas.
Segundo o diretor da Federação Única dos Petroleiros (FUP), Deyvid Bacelar, os "trabalhadores do Sistema Petrobrás não se sentem seguros, desde a hora que têm de pegar o transporte até o trabalho nas unidades operacionais para garantir serviços essenciais à população".
De acordo com um tripulante, que pediu para não ser identificado, ele embarcou em abril e não realizou testes. No fim do mês, voltou para casa com receio de ter sido contaminado por um colega de trabalho com sintomas da doença. Apesar disso, não fez teste por não ter dividido quarto com este colega. Ao fazer o exame por conta própria, recebeu o resultado positivo.
A Petrobrás diz que já realizou cerca de 6,3 mil testes para covid-19 entre seus empregados, prestadores de serviços e contactantes de casos suspeitos. Desse total, cerca de 4 mil foram testes rápidos.
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